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Por dentro da política

Aprender sobre política é muito importante e o assunto não está relacionado somente às eleições e aos governantes

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
30/09/2012 | 14:33
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Pode parecer chato e achar que ainda é cedo para aprender. Mas falar de política é tão importante quanto conhecer outras disciplinas na escola. Muita gente relaciona a palavra apenas ao trabalho de políticos e ao período de eleições, porém, é bem mais do que isso.

A política surgiu na Grécia Antiga como forma de estabelecer regras de convívio e poder na sociedade. Por isso, está presente em qualquer lugar que tenha relações humanas. Na escola, por exemplo, você tem de respeitar normas, como horário de entrada, intervalo e saída. E quando acontece briga, a direção deve tomar medidas. Isso tudo é política!

Aprender sobre o tema na infância permite que a gente se torne bons cidadãos no futuro, respeitando os direitos dos outros. Também nos deixa mais preparados para cobrar melhorias onde vivemos.

Na Escola Municipal Engenheiro Carlos Rohm, de Ribeirão Pires, os alunos do 3º ano conheceram de perto como funciona a urna eletrônica e simularam uma eleição. Confeccionaram até título de eleitor de brincadeira. E o Diarinho tentou descobrir o candidato de cada um, mas Gabriel Rodrigues Sovenhi, 8 anos, foi claro: "O voto é secreto".

A colega Brenda de Melo Abe, 8, aprendeu que mesmo não votando deve observar os problemas de sua cidade. "Vamos ser os futuros cidadãos. Quando a gente crescer, vai saber como votar."

REPRESENTANTES - A Escola Municipal Doutor Átila Ferreira Vaz, de Diadema, teve eleição para decidir quem faria parte do Conselho Mirim. Cada sala escolheu um representante e um suplente para participar de reunião mensal com a direção, na qual discutem problemas e propõem soluções. "Fico feliz em representar a turma. Agora, os alunos respeitam mais os outros e as normas, como usar uniforme", diz Maria Natália Alves Silva, 10.

Laura Soares Rodrigues, 10, também acredita que a relação entre direção e estudantes melhorou. "Como temos a mesma linguagem dos nossos colegas é mais fácil conversar com eles."

Segundo a turma, o desafio ainda é despertar o interesse e mostrar que todos devem participar da política. "Nas eleições não dá para acreditar em tudo. Os adultos têm de observar, ver propostas e assistir ao horário eleitoral para o voto ser consciente", afirma Maria Vitória da Conceição Silva, 10.

Escolher representantes é importante, mas não precisa esperá-los para ter atitudes que ajudem a sociedade. "Se cada um fizer sua parte, como não jogar lixo na rua, vai contribuir com a cidade", diz Maria Vitória.

 

Saiba mais

- O voto é obrigatório no Brasil desde 1934 para quem tem a partir de 18 anos. É optativo para adolescentes entre 16 e 17 anos, adultos com mais de 70 anos e para analfabetos. Em 2014 acontecerá eleição para escolher presidente, governadores, deputados e senadores.

 

- Além da urna eletrônica, outra tecnologia que surgiu em 2008 no Brasil é a biometria. O sistema identifica o eleitor pela impressão digital. Assim, ele não precisa assinar a lista de presença na sala de votação. O objetivo é deixar a eleição mais segura.

- O segundo turno - no dia 28 de outubro - acontece quando o primeiro colocado não obtém a maioria absoluta dos votos, ou seja, 50% mais um. Só ocorre para eleger prefeito, governador e presidente, em municípios com mais de 200 mil habitantes.

- O Plenarinho foi criado em 2002 para mostrar ao público infantil a importância da cidadania e de conhecer a política. O site www.plenarinho.gov.br explica em linguagem simples o trabalho dos representantes do povo.

 

Consultoria de Maria Angela Barbato Carneiro, professora de Políticas Públicas de Educação Infantil da PUC-SP; de Rafael Araújo, professor do Departamento de Política da PUC-SP; e Manuel Filho, autor do livro O Dono da Bola - Política para Crianças e Jovens.

 

 




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