Após um mês da divulgação do vídeo em que o vereador Edgar Nóbrega e o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) teriam evidenciado suposto esquema de ‘mensalinho', a Câmara de São Caetano aprovou comissão especial para acompanhar o caso.

A função é analisar os depoimentos colhidos na sindicância aberta pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB) um dia após a divulgação do vídeo. Fato curioso é que os parlamentares participarão apenas da decisão final, já que, segundo o Paço, todos os envolvidos foram ouvidos e o processo está em conclusão.

Os escolhidos para compor a comissão foram: Fabio Palácio (PR), Chico Bento (PP) e Cabo Dias (PV). A Casa foi questionada pelo MP (Ministério Público) sobre posicionamento do fato há pouco mais de 20 dias. "Não tínhamos prazo. Somos um Legislativo de maioria governista e de consenso", justificou o mandatário da Casa, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), sobre a demora. O fato de os vereadores petebistas Gérsio Sartori e Paulo Bottura serem citados na gravação barrou a instalação de CPI.

A promotoria instaurou inquérito no dia 28 de agosto para averiguar dolo ao erário e enriquecimento ilícito. Até então, só Auricchio deu satisfação ao MP, Edgar pediu prazo maior para formular defesa. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado) está com o processo em mãos e tem até o dia 17 de outubro para se posicionar.

O vídeo de 17 minutos teria sido feito pelo ex-secretário. Na conversa, Edgar teria questionado Tite sobre "quanto custa ter o PT" para fazer oposição branda. A quantia teria sido de R$ 100 mil para o petista chegar ao comando do partido. A dupla ainda fala em R$ 10 mil do suposto ‘mensalinho' que seriam repassados via Bottura. Gérsio é citado como responsável pela transferência de R$ 2.000 entre os parlamentares. Edgar renunciou à disputa pelo Paço e se afastou da presidência do PT. Ele alegou que a gravação foi criminosa e conduzida e não comenta o assunto. Tite pediu exoneração do cargo.