Depois de falar em flexibilizar a Lei Seca em Diadema, o prefeiturável do PV, Lauro Michels, garantiu que vai reduzir o horário de fechamento de bares para as 22h. Hoje, os estabelecimentos precisam encerrar as atividades às 23h, de acordo com o projeto implantado dez anos atrás e que resultou em quedas vertiginosas dos índices de violência na cidade.

"Os bares abertos nos bairro geram a violência, porque vende muita bebida alcoólica sem fiscalização. Temos de inibir essa venda de bebida alcoólica para os jovens, para os menores, para os pais de família que estão ali no bar", justificou.

No início da corrida eleitoral, Michels prometeu rever a Lei Seca. Afirmou que o município precisava de centros de lazer e que a legislação vigente não permitia que Diadema oferecesse vida noturna aos jovens. "O que precisa é de fiscalização mais acirrada e ter os locais específicos da cidade onde as pessoas possam ter entretenimento de qualidade."

Há dez anos, a implantação do fechamento de bares às 23h gerou amplo debate na cidade durante governo de José de Filippi Júnior (PT). Comerciantes questionaram a medida e reclamaram que, com a norma, haveria queda nas vendas. Passada uma década da lei e de resultados positivos, ainda há donos de bares que criticam a proposta.

Em 1999, Diadema registrou taxa de 104,5 homicídios a cada 100 mil habitantes, o mais alto índice do País e um dos maiores do mundo. Em 2011, esse número caiu para nove assassinatos por 100 mil moradores - queda de 91%. De 2002, quando a lei entrou em vigor, a 2011, a redução foi de 83%.

O candidato do PV afiançou que, se eleito, vai discutir a redução do horário do fechamento com os comerciantes. "Chamaremos o conselho de segurança comunitária e as associações de bairro, além de fazer reuniões com os comerciantes. Darei contrapartida no comércio deles", citou.

Entre as propostas está a revisão de tributos como ISS (Imposto Sobre Serviços) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), além de desburocratização para abertura de firma e registro dos bares. "Vou regularizar os estabelecimentos comerciais e gerar emprego e renda de qualidade na cidade. Não apenas fazer uma lei de fechamento de bares que chega no comércio e já fecha o bar de qualquer jeito, com agressão."

O verde reclamou que apoiadores do prefeito Mário Reali (PT) têm espalhado em Diadema que ele pretende extinguir a Lei Seca. "Falei que nós iremos estudar na cidade um local apropriado, com iluminação, estacionamento, com base da polícia, com segurança, com a acústica adequada, acessibilidade para pessoas, com tudo o que manda o figurino para que Diadema possa ter vida noturna organizada e segura. E gerar emprego e renda em Diadema, para que as pessoas possam se divertir aqui e não gastar dinheiro em São Bernardo, São Caetano ou Santo André."