As paralisações na linha de produção e atraso de turnos têm surtido efeito dentro das metalúrgicas. O número de empresas que anunciaram dar 8% de aumento salarial já chega a 92 (no início da semana eram 64 indústrias). É o que aponta o balanço feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

São 45 mil trabalhadores das indústrias de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra que pleiteiam os 8% nesta campanha salarial - índice conquistado pelo setor de fundição (1.200 trabalhadores da região).

A categoria faz parte dos grupos 2 (que abrange máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjarias e outros); 8 (trefilação e laminação, entre outros), 10 (que inclui lâmpadas e material bélico) e da estamparia.

O sindicato informa que as paralisações iniciadas na terça-feira não foram necessárias ontem porque as fábricas fizeram proposta. No entanto, os trabalhadores seguem mobilizados. O movimento vai durar o tempo necessário para que todos conquistem o mesmo índice.

Mesmo as empresas que já procuraram o sindicato para fechar acordo devem esperar negociação direta com a FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos de São Paulo da CUT), em nome de 14 sindicatos da categoria no Estado, com total de 249 mil trabalhadores.

Ontem, a bancada patronal do Grupo 3 procurou a federação e informou que a sua contraproposta de aumento salarial será de 7% (5,39% referente à reposição da inflação e mais 1,5% de aumento real). O presidente da FEM, Valmir Marques, o Biro Biro, disse que esta proposta não será aprovada e reiterou a reivindicação de 8% de aumento.

ATO - Metalúrgicos, bancários, químicos, petroleiros e trabalhadores dos Correios em campanha salarial neste segundo semestre realizarão hoje, a partir das 6h, ato público, na Avenida Paulista. O objetivo é fortalecer a luta dos trabalhadores em campanha e também reforçar a pauta nacional da classe operária.