Economia Titulo Sindical
Paralisação dos Correios
já atinge o Grande ABC

Centro de distribuição de Santo André está fechado e alguns
serviços já foram suspensos, por determinação da companhia

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
20/09/2012 | 07:19
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As agências dos Correios visitadas pela reportagem do Diário até as 9h30 desta quinta-feira estavam funcionando normalmente, mas, segundo funcionários, as entregas é que pararam. "Os carteiros não estão trabalhando", informou uma funcionária. O centro de distribuição localizado no Centro de Santo André (Rua Catequese) está fechado. As agências, apesar de operarem normalmente pela manhã, no fim da tarde já suspendiam alguns serviços, como o de Sedex 10, por determinação da própria companhia.

Representantes do sindicato que representa a categoria na região ainda não tem balanço neste momento de quantas agências estão paradas e o número de trabalhadores. Até ontem à noite, representantes da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) afirmavam que 60% dos funcionários no Grande ABC tinham aderido à greve - de um total de 1.400 trabalhadores. Já, segundo a empresa, 91% do efetivo dos Correios trabalharam ontem. Entre as sete cidades há 18 agências, 20 centros de distribuição e um centro de tratamento.

A paralisação foi definida na noite de terça-feira em 23 assembleias realizadas em diversas regiões brasileiras. Em todas elas, a categoria votou a favor do ato grevista. Em Minas Gerais e no Pará os funcionários permanecem parados há uma semana. Segundo balanço geral, 84% dos profissionais (dos 120 mil trabalhadores) aderiram à paralisação nacional por tempo indeterminado. Já, segundo a empresa, 91% do efetivo dos Correios trabalharam ontem.

A mobilização é fruto do impasse nas negociações da campanha salarial deste ano. Enquanto a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) oferece 6% de reajuste, a categoria reivindica 43,7% de aumento (somadas perdas salariais desde 1994, o índice de inflação do País e reajuste real de 10%), R$ 200 linear aos salários, tíquete-refeição de R$ 35, contratação de 30 mil profissionais, fim das terceirizações, além de outros benefícios.

Ainda de acordo com a federação, outros sindicatos estão com assembleias marcadas para hoje e dias 24 e 25. Entre as regiões em greve estão São Paulo (Capital, Região Metropolitana, Campinas, Bauru), Rio de Janeiro e Distrito Federal.

SERVIÇOS - Segundo a ECT, devido a paralisação parcial em São Paulo, Tocantins, Distrito Federal e Paraná, os Correios suspenderam nesses locais os serviços com hora marcada (entrega de Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e o Disque-Coleta).

AUDIÊNCIA - O TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu levar a julgamento o dissídio dos Correios, já que não houve acordo entre a empresa e o sindicato na audiência de conciliação realizada na manhã de ontem em Brasília. A ministra Kátia Arruda será a relatora e definirá a data do julgamento.

Sobe para 85 o número de agências bancárias fechadas

O segundo dia de paralisação dos bancários na região resultou em mais agências fechadas. De terça-feira para ontem passou de 45 para 85 o número de unidades fechadas. No total, o Grande ABC tem 350 agências. O número de trabalhadores em greve também subiu: de 1.000 para 1.400 (da base de 7.500 funcionários). Ontem o Sindicato dos Bancários do ABC concentrou as ações em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Entre os bancos públicos e privados que fecharam as portas, os estatais são maioria. Segundo o presidente do sindicato, Eric Nilson, os trabalhadores das instituições na região têm aderido à greve, mas apenas as agências da Caixa Econômica Federal pararam totalmente.

A equipe do Diário foi até alguns centros dos municípios da região e constatou que em São Bernardo os bancos funcionavam totalmente, não havendo nenhuma unidade fechada. O sindicato não informa onde as ações vão acontecer hoje, por questão de estratégia.

PAÍS - Subiu para 7.324 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados ontem no País, segundo a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro). Na greve do ano passado, foram paralisadas 6.248 unidades no segundo dia. "O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil. Os banqueiros pagaram para ver e estão vendo a força da greve, resultado da insatisfação dos bancários diante da ausência de nova proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que contemple as reivindicações da categoria", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional.

REIVINDICAÇÃO - A mobilização é em resposta à proposta feita pela Fenaban de 6% de reajuste salarial. Os trabalhadores exigem aumento de 10,25%; piso salarial de R$ 2.416,38 e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.




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