A promotora de Justiça de Mauá Letícia Lourenço Costa instaurou inquérito público (699/2014) para apurar supostos funcionários fantasmas na Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). A investigação do Ministério Público foi motivada por denúncia do diretório do PMDB de Mauá, que se embasou por reportagens do Diário que evidenciaram a contratação de ex-candidatos a vereador pelo ex-superintendente da autarquia, o pré-candidato a deputado estadual Atila Jacomussi (PcdoB).

A suspeita do PMDB é a de que seis comissionados da Sama que disputaram a eleição de 2012 para o Legislativo – Osmar Santos (PT), Alcides Garcia Júnior (PMDB), Helenildo Alves, o Tchaca-Bum (PP), Sinvaldo Sabará Gonçalves, o Sinvaldo Carteiro (PTB), e Helton Alves Ribeiro, o Pastor Helton (PSC) – estariam exercendo a função de “cabos eleitorais” de Atila, ao invés de cumprir expediente na autarquia.

Em março, Atila espalhou dezenas de faixas comemorativas do Dia Internacional da Mulher em que aparece ao lado de comissionados que disputaram cadeira na Câmara municipal. Por conta dessas ações, o comunista foi acusado de fazer uso político da maquina pública pelos também ex-superintendentes da Sama e presidente do PMDB municipal, José Carlos Orosco Júnior, e o mandatário do PR, Diniz Lopes.

“A Sama está sendo gradativamente delapidada em prol da campanha do Atila Jacomussi para deputado estadual. Funcionários que estão exclusivamente a serviço da campanha é só a ponta do iceberg. A hora que começar observar os objetos de contratação, vão ver que a maioria tem cunho eleitoral. O Atila não está fora da autarquia, quem comanda é ele. Os cargos e o superintendente são dele”, discorreu Orosco, autor da representação que provocou o inquérito.

Presidente do PRP, Paulo Sérgio Pereira é atual superintendente da Sama e foi indicado ao cargo para o prefeito Donisete Braga (PT) pelo clã Jacomussi. Atila não retornou aos contatos do Diário.