Esportes Titulo Seleção Brasileira
Mano escala sete
paulistas no clássico

Técnico prioriza entrosamento e dá outra chance hoje ao
atacante Luís Fabiano, contra a Argentina, em Goiânia

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
19/09/2012 | 07:29
Compartilhar notícia


A Seleção que vai entrar no gramado do Serra Dourada, em Goiânia, às 22h de hoje, para enfrentar a Argentina, é a brasileira, mas não é exagero dizer que é um combinado paulista reforçado, afinal, dos 11 titulares, sete jogam em São Paulo. Sem poder usar os brasileiros que atuam no Exterior, o técnico Mano Menezes priorizou o entrosamento no Superclássico das Américas. O jogo de volta será dia 3, em Resistencia.

O sistema defensivo do Brasil estará recheado de jogadores do Corinthianos. Fábio Santos ganhou a vaga na lateral esquerda, enquanto Ralf e Paulinho foram escalados no meio. O ataque terá três jogadores do São Paulo - Jadson, Lucas e Luís Fabiano -, além de Neymar, do Santos. Completam o time o goleiro Jefferson e o lateral-direito Lucas Marques, ambos do Botafogo, além dos zagueiros Dedé (Vasco) e Réver (Atlético-MG).

A grande novidade na escalação foi Luís Fabiano. O atacante do São Paulo não vestia a camisa amarelinha desde a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Estranhamente, ele ganhou a disputa com Leandro Damião, do Internacional, que vinha sendo convocado constantemente.

Para Mano Menezes, a experiência do atacante foi fundamental para que retomasse a condição de titular na Seleção. "Luís Fabiano esteve ausente em função de lesões, isso atrasou esse processo. Traz consigo a experiência de uma Copa do Mundo e está recebendo uma oportunidade", justificou o treinador.

Ainda vivendo momento de instabilidade no comando da Seleção Brasileira, Mano Menezes criticou a repercussão da goleada por 8 a 0 aplicada sobre a China no último amistoso. Para o técnico, o torcedor brasileiro está sendo muito exigente com o time.

"Estou chegando à conclusão de que ganhar de 8 a 0 é ruim. É sério. Vou pedir para ganhar só de três na próxima. Porque não vamos ter toda essa campanha de que tudo não serve", ironizou o treinador.

Sombra de Felipão não assusta treinador

A sombra de Luiz Felipe Scolari - demitido recentemente pelo Palmeiras - parece não incomodar o técnico Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira. Tranquilo, o treinador comentou a situação.

"Não me sinto mais nem menos pressionado. Respeito todos os técnicos. O episódio só enriquece a vasta experiência de que somos todos parecidos. Perdendo ou ganhando, somos demitidos e contratados. É assim", analisou Mano.

O treinador garantiu que mantém o foco no trabalho e para evitar que pressões externas tumultuem o ambiente. "Faz parte do papel do técnico saber suportar isso. Estar preparado para não perder a linha de conduta", disse.

Além da pressão no comando, Mano tem recebido pedidos públicos do técnico Muricy Ramalho, do Santos, para que Neymar seja poupado das partidas por conta do desgaste físico. O comandante foi contundente e frisou a importância do atleta para o time.

"Penso que o lugar que ele mais descansa é na Seleção. Ele não sai para nada, treina, se alimenta, descansa e joga. Ele é o jogador mais importante do Brasil e não vejo como deixá-lo fora neste momento", explicou Mano.

Lucas pede à torcida que esqueça rivalidade regional

O fato de o time titular da Seleção Brasileira ser formado exclusivamente por jogadores do Sudeste, em especial de São Paulo, não incomoda o atacante Lucas. Um dos atletas mais assediados pelos torcedores em Goiânia, o jogador pediu para que sejam esquecidas as rivalidades regionais durante o jogo contra a Argentina.

"As pessoas precisam entender que a Seleção é uma só. O povo brasileiro tem de esquecer as rivalidades entre clubes e ver que é a Seleção, nossa Pátria. Às vezes, confundem isso. O apoio deles (torcedores) será fundamental", cobrou o atacante são-paulino.

Lucas acredita que o entrosamento da equipe titular pode ser fundamental para a vitória brasileira no Superclássico.

"Temos de fazer bons jogos e conquistar títulos. Só assim vamos reconquistar a confiança da torcida. A Seleção Brasileira dependia dos ídolos de antes, como o Roberto Carlos, Ronaldinho e Cafu. Hoje é tudo novo, outra geração. Fica difícil ter identidade logo de cara", avaliou ele, que em janeiro se apresenta aos franceses do Paris Saint Germain.

Argentinos prometem não aliviar em campo

Os quatro argentinos que atuam no Brasil agradeceram o carinho dos torcedores em Goiânia, mas garantiram que farão de tudo para derrotar a Seleção Brasileira. Montillo, do Cruzeiro, Guiñazu, do Internacional, Barcos, do Palmeiras e Martínez, do Corinthians acreditam que boas atuações no Superclássico podem convencer o técnico Alejandro Sabella a mantê-los no grupo.

"Estamos representando um país de 40 milhões de habitantes. Respeitamos o Brasil, mas não seria justo encarar esta partida de outra maneira que não fosse uma decisão. Temos de fazer o nosso melhor", comentou Montillo, que está no Cruzeiro desde 2010.

Guiñazu, que joga no Brasil há quatro anos, seguiu o raciocínio do compatriota. "Devemos sempre pensar na Argentina. É um orgulho muito grande defender esta camisa. Vários jogadores do nosso país sonham com uma convocação como está. Temos de jogar da melhor maneira possível e, quem sabe, conseguir permanecer no grupo", declarou.

Há menos tempo no Brasil, Barcos e Martínez também mantêm o foco. "É uma chance única jogar contra o Brasil. Creio que posso ajudar a Argentina. Tenho de aproveitar este momento", disse Barcos. "O futebol brasileiro é bom. Os estádios são ótimos, com belos gramados. O Serra Dourada é ótimo campo, temos tudo para fazer grande jogo", comentou Martínez.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;