O número de metalúrgicas do Grande ABC que decidiram oferecer 8% de reajuste salarial entre segunda e ontem subiu de 64 para 76 empresas. As companhias "cederam" e propuseram esse índice para não terem suas fábricas paradas. São 45 mil trabalhadores das indústrias de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra que pleiteiam os 8% - índice conquistado pelo setor de fundição (1.200 trabalhadores da região).

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a mobilização continua hoje, com greve nas fábricas que ainda não atenderam à reivindicação. Os trabalhadores em campanha fazem parte dos grupos 2 (que abrange máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjarias e outros); 8 (trefilação e laminação, entre outros), 10 (que inclui lâmpadas e material bélico) e da estamparia.

Vale lembrar que, mesmo as empresas que já procuraram o sindicato para fechar acordo, devem esperar negociação direta com a FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos de São Paulo da CUT), em nome de 14 sindicatos da categoria no Estado, com total de 249 mil trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC responde por 105 mil funcionários em sua base, dos quais 35 mil atuam nas montadoras. Esses trabalhadores não estão em campanha salarial neste ano, já que em 2011 fecharam acordo válido por dois anos, ou seja, até 2013.

MANIFESTAÇÃO - Ontem pela manhã, dentre as empresas que pararam a produção em forma de protesto, estava a Grundfos, em São Bernardo. Os trabalhadores votaram pela greve. A empresa produz bombas (como as de água).

ENCONTRO - Representantes dos trabalhadores e dos empresários pertencentes ao Grupo 2 se reuniram ontem para mais uma rodada de negociação. No entanto, o encontro terminou sem acordo.

A bancada do G-2 ofereceu os reajustes salariais de 6% para as empresas com até 100 trabalhadores e 6,5% para as fábricas acima deste valor, mas a federação recusou a proposta. A negociação com o setor vai continuar e uma outra data será definida.