As agências bancárias do Centro de Santo André foram fechadas na manhã de ontem devido à greve dos trabalhadores do setor financeiro. Ao todo foram 45 unidades, das 350. Cerca de 1.000 funcionários aderiram ao movimento - 15% do total (7.500 funcionários na região). Na Avenida Senador Flaquer, conhecida como a rua dos bancos, nenhuma agência ficou aberta. Nas portas da Nossa Caixa, Santander e Bradesco, adesivos foram colados. No local, sindicalistas entregam panfletos explicativos.

No País, foram fechadas 5.132 agências e centros administrativos dos bancos. No Brasil, a categoria é formada por 500 mil trabalhadores.

A mobilização é em protesto ao acordo oferecido pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos): de 6% de reajuste sobre as verbas salariais.

Ontem, a paralisação foi no Centro de Santo André. Hoje, o Sindicato dos Bancários do ABC vai paralisar as agências das outras cidades. "O ato grevista deve se espalhar pelos demais municípios ao longo dos próximos dias", conta o presidente do sindicato, Eric Nilson.

Os trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 10,25%; piso salarial de R$ 2.416,38 e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.

Enquanto a greve não chega ao fim, clientes tentam driblar a situação. "Ainda bem que temos os caixas eletrônicos. Apesar de não saber fazer todas as transações, consigo sacar dinheiro", diz a aposentada Ana Batista, 57 anos.

O eletricista Luiz Medeiros, 38, acha a situação ruim. "Acaba prejudicando a gente. Pagamos o ‘pato'." Já para a estudante Alice Fernandes de Oliveira, 24, a greve faz parte da democracia. "Eles estão lutando por melhores condições, estão com o direito."