O pacote de cargos concursados que o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), pretende criar entrará pela primeira vez nos trabalhos da Câmara sob desconfiança de boa parte dos vereadores. Parlamentares dizem não haver necessidade urgente do Paço de contratar 378 funcionários.

A promessa do Paço é a de que o secretário de Gestão de Pessoas, João Garavelo, participe da reunião promovida pela Casa às 10h. O objetivo é tentar reduzir ao máximo as dúvidas dos vereadores para que o texto, protocolado no Legislativo com pedido de urgência, seja aprovado pelo Parlamento.

Em justificativa preliminar encaminhada à Câmara, o governo Reali justifica que, dos 378 postos abertos, a administração pretende contratar somente 36 funcionários em 2011. Essas admissões resultariam em impacto de R$ 301 mil entre outubro e dezembro, muito abaixo da previsão inicial de R$ 1,2 milhão a mais na inchada folha de pagamento do Paço. A relação entre pagamento de pessoal e receita corrente líquida subiria para 50,79% - o limite prudencial determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal é de 51,3%.

O projeto deverá ser aprovado em primeira discussão pela Casa e ser retirado da pauta para ser detalhado pela administração, inclusive com possibilidade de inclusão de emendas propostas pelos vereadores para a votação definitiva.

O governista Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), discordou do petista e afirmou que a matéria não está tão clara a todos os parlamentares. "Essas contratações representam uma empresa nova de grande porte. Se o governo não me convencer da real necessidade dos cargos, pedirei para adiar."

A oposição também avaliou que a proposta precisa ser adiada e reformulada. "O prefeito tem prioridades a cumprir com o funcionalismo", relembrou Lauro Michels (PV), ao citar as tratativas entre Reali e o Sindicato dos Servidores Públicos sobre o reajuste salarial. "Sabemos que há setores que necessitam de funcionários. Mas 378 cargos é muita coisa", consentiu José Dourado (PSDB).