A direção da General Motors se recusou a oferecer mais do que a proposta que não foi aceita em assembleia na terça-feira - os 8,24% de reajuste salarial (5,39% de reposição da inflação e 2,85% de aumento real) a partir de 1º de outubro -, informou ontem o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. O presidente interino da entidade, Francisco Nunes Rodrigues, afirmou que o comunicado ocorreu no fim da tarde de ontem e que, após tomar conhecimento dessa posição, haveria reunião interna no sindicato com dirigentes de base para avaliar os rumos do movimento. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia deliberado que encaminhamento daria, após esse impasse nas negociações.

A equipe do Diário entrou em contato com a GM, que informou que não havia nenhuma nova informação referente à negociação salarial ontem.

Na terça-feira, cerca de 12,5 mil trabalhadores da fábrica de São Caetano rejeitaram a proposta feita pela montadora, que incluía, além do reajuste, abono de R$ 3.250 a ser pago dia 14. A reprovação do índice foi unânime nos três turnos.

Apesar da base em São Caetano rejeitar a proposta, os 7.500 funcionários da GM na planta em São José dos Campos (interior paulista) aceitaram o aumento. "A partir desse momento continuaremos a luta sozinhos", disse, na terça-feira, o presidente interino do sindicato.

A rejeição parece ter surpreendido o próprio sindicato. O dirigente sindical conta que, ao todo, a GM apresentou 14 propostas diferentes na mesa de negociação, dessas, 12 foram recusadas durante a própria reunião.

Na semana passada, a categoria, reunida na porta da fábrica, havia considerado insuficiente o percentual de 7,5% (somados a reposição da inflação, de 5,2%, e o aumento real) e abono de R$ 2.500 oferecidos pela montadora. A recusa da proposta também foi unânime.

Em 2011, os trabalhadores da montadora em São Caetano conquistaram reajuste de 10,8% e abono de R$ 3.000.