O deputado federal William Dib (PSDB) voltou a mostrar alinhamento político com o PPS, gerido em São Bernardo pelo deputado estadual Alex Manente. O tucano afirmou que as filiações de sua mulher, Marilda Dib, e de seu filho, Murilo Dib, no PPS reforçam o compromisso de Alex de romper definitivamente com o grupo político do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e que a movimentação será fundamental para reverter o favoritismo do petista na eleição majoritária do ano que vem.

Defensor de aliança do PSDB com o PPS ainda no primeiro turno do pleito, o parlamentar disse que o ingresso de seus familiares na trincheira popular-socialista é uma mostra clara de que o acordo entre as agremiações está próximo e é essencial para a disputa de 2012. "Entendo que apenas uma união das forças democráticas e progressistas da cidade é capaz de reverter o favoritismo do atual chefe do Executivo", avaliou, negando ter influência na decisão de Marilda e de Murilo.

A entrada de parentes de Dib no PPS gerou desconforto em vários tucanos. O presidente estadual da sigla, deputado Pedro Tobias, classificou as filiações como "surpresas desagradáveis." O ex-prefeito de São Bernardo reafirmou compromisso com o PSDB, considerou as declarações de Tobias como "normais" pela posição que o dirigente exerce junto ao tucanato do Estado e comentou que goza de bom relacionamento com cardeais tucanos antes mesmo de se filiar no PSDB, em 2009.

Dib já sugeriu que o PSDB componha a chapa do PPS ao indicar o vice de Alex e até avaliou que a candidatura do popular-socialista é a mais importante na cidade, por significar cisão na coalizão firmada por Marinho em 2008. Entre os nomes especulados para vice está o do vereador Admir Ferro, presidente do PSDB em São Bernardo. Publicamente Ferro defende candidatura própria, mas ventila-se que o vereador teria sido convencido a desistir da empreitada.

Ontem, após sessão na Câmara, Ferro desmentiu os boatos sobre a saída tucana do protagonismo eleitoral. "Acho que o Alex seria um bom vice do PSDB. Não o contrário. O PSDB é a segunda força de São Bernardo."

COORDENAÇÃO - Dib rebateu as acusações do ex-coordenador do PSDB Cezar de Carvalho sobre a falta de apoio político do deputado a candidaturas majoritárias nas sete cidades. Dib afirmou ter pautado sua atuação na coordenação como ouvinte das demandas municipais e que trabalha para fortalecer o partido na região.

Sobre a movimentação de ala descontente à sua gestão para tirá-lo da gerência regional da legenda, ressaltou ter sido eleito democraticamente e contar com apoio de cinco presidentes de diretórios do Grande ABC - São Bernardo, Santo André, Diadema, Mauá e São Caetano.

Vereadores aprovam Política de Meio Ambiente

A Câmara de São Bernardo aprovou ontem a Política Municipal de Meio Ambiente, que prevê diretrizes ambientais a serem cumpridas pelo município. Apesar do aval, o texto voltou a receber críticas da oposição, que considerou o projeto inconstitucional e genérico.

Os questionamentos recaíram em falta de conselho do meio ambiente para fiscalizar o cumprimento do plano e ausência do convênio firmado entre a Prefeitura de São Bernardo e a Cetesb para que licenças ambientais de pequeno porte pudessem ser dadas pelo município, para diminuir a burocracia.

O governo informou que a fiscalização ficará com o Conselho da Cidade e do Meio Ambiente. Mas reconheceu que o projeto não tem metas específicas, algo que será suprido por leis de regulamentação do plano. "É um projeto de diretrizes, que mostra como queremos São Bernardo no futuro", disse o secretário de Gestão Ambiental, Giba Marson (PTB).

PLANO DIRETOR - A votação do Plano Diretor, prevista pela sustentação ao prefeito Luiz Marinho (PT) para acontecer ontem, foi adiada. Os governistas ainda não conseguiram afinar todo o bloco situacionista sobre o tema, que prevê alterações profundas em regras imobiliárias.

O texto pretende limitar a verticalização e delinear espaços específicos para a construção de indústrias.