Após ser provocada pelo MP (Ministério Público), a Câmara de São Caetano planeja manobra para evitar a abertura de uma CPI para apurar o caso do vídeo em que o vereador Edgar Nóbrega (PT) e o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) teriam negociado bases financeiras para apoio no Legislativo.

Para evitar desgaste, a Casa deve abrir apenas comissão especial para acompanhar o resultado da sindicância da Corregedoria Municipal. Os vereadores cogitavam a abertura de uma CPI, se reuniram antes da sessão para discutir o caso, mas não chegaram a comum acordo.

Um dos argumentos arquitetados para sustentar a manobra é de que a CPI teria o mesmo efeito da sindicância aberta pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB). Eles sustentam que os envolvidos seriam ouvidos nas duas frentes e o relatório final seria o mesmo.

"O MP nos questionou sobre o que estaríamos fazendo a respeito do caso e vamos utilizar o bom-senso para dar uma resposta o mais rápido possível", explicou o presidente da Câmara, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB).

A gravação de 17 minutos teria sido feita pelo ex-secretário em meados de 2009 e foi divulgada no dia 25. Edgar teria pedido R$ 100 mil a Tite para vencer a eleição interna do PT e garantir oposição branda a governo. A dupla ainda teria discutido o repasse de R$ 10 mil por meio do líder do governo, Paulo Bottura (PTB), referente ao suposto ‘mensalinho'. Presidente à época, Gérsio Sartori (PTB) e o ex-vereador Gilberto Costa (PTB) também são citados no diálogo. Edgar renunciou à candidatura a prefeito e se afastou da direção do PT. Tite pediu exoneração. O MP abriu inquérito sobre o fato.