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Mercedes congela salário para manter empregos
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/09/2012 | 07:16
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Claudinei Plaza/DGABC


O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fechou ontem acordo com a Mercedes-Benz que dá garantia de manutenção do nível atual de emprego na fábrica de São Bernardo até 31 de janeiro. Pelo que ficou acertado, a montadora se compromete a não reduzir o quadro de funcionários, de cerca de 12 mil pessoas (incluindo áreas produtivas e administrativas) na região, em troca do congelamento do reajuste salarial - que ocorreria neste mês - até o início de fevereiro.

Os termos do acordo incluem outros pontos como a redução da jornada em 15 dias úteis durante esses seis meses, sem diminuição de salários. Dessa forma, haverá várias semanas de quatro dias de produção, mas a empresa terá flexibilidade para decidir em quais haverá paradas e quais serão normais.

Além disso, o programa de layoff (suspensão temporária de contrato de trabalho), que foi aberto em 18 de junho e que iria até o dia 17 de novembro, foi prorrogado inicialmente até 17 de dezembro para os funcionários contratados por tempo indeterminado.

A perspectiva da empresa é de que, durante o período de validade do acordo, haja a esperada reação do mercado, com o efeito das recentes medidas do governo, entre as quais a melhora nos juros do programa de financiamento PSI-Finame (destinado à aquisição de máquinas e caminhões), do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Essa linha, que deve entrar em operação nos próximos dias, teve seus juros reduzidos de 5,5% para 2,5% ao ano, para empresas que fizerem compras até 31 de dezembro.

O segmento registra forte queda nas vendas. De janeiro a agosto, o licenciamento de caminhões novos é 19,3% menor do que nos mesmos oitos meses de 2011, com retração ainda mais significativa (de 40,2%) no volume produzido neste ano até agora. Parte desse comportamento do mercado se deve ao fato de que em 2012 entrou em vigor nova tecnologia (Euro 5), menos poluente, mas que encareceu em cerca de 15% o preço desses veículos. Com isso, muitas transportadoras anteciparam compras em 2011. Além disso, a economia deu uma esfriada, o que postergou planos de investimentos, incluindo ampliações de frotas.

O presidente do sindicato, Sérgio Nobre, afirma que o acordo serve para tranquilizar os trabalhadores e é "um sinal muito positivo de confiança na retomada da produção e da economia no ano que vem". A entidade informa que vem negociando, neste ano, com montadoras instaladas em São Bernardo (Volkswagen, Mercedes, Ford e Scania) medidas de proteção de emprego, de acordo com a realidade de cada fábrica. No município, se concentram 55% da produção de caminhões do País. Destas, apenas a Volkswagen não produz esses veículos na região.




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