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Cantor Roberto Silva morre aos 92 anos
10/09/2012 | 08:29
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Sambista de dicção antiga, ‘orlandosilviana', elegante, espécie singular da época de ouro do samba, morreu ontem o carioca Roberto Silva, aos 92 anos. Sofria de câncer na próstata e estava internado no Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro, após sofrer um AVC. O enterro está previsto para hoje, às 16h, no Cemitério de Inhaúma.

Conta-se que perguntaram a João Gilberto qual era seu cantor preferido e ele respondeu: Roberto Silva. Alguém achou que tinha entendido mal e quis checar: "Você quer dizer Orlando Silva, não?". E João Gilberto: "Não. Orlando eu adoro, é claro. Mas eu disse Roberto Silva."

Roberto Napoleão Silva foi na contramão dos sambistas, migrou da Zona Sul para o subúrbio - nasceu no morro do Cantagalo, em Copacabana, e foi morar em Inhaúma. Tornou-se referência por conta do canto sincopado e, embora seja intérprete associado à velha guarda, se destacou também por antecipar série de maneirismos vocais, caso de Da Cor do Pecado.

Começou a carreira no fim dos anos 1930 na Rádio Guanabara. Nas duas décadas seguintes se tornou intérprete dos mais populares do rádio. Nos anos 1960, foi um dos vendedores de discos (gravou centenas deles em 78 rotações pela gravadora Copacabana, incorporada pela EMI). Em 2002, a Universal lançou Volta por Cima, esforço de resgate do sambista, disco que o trazia em interpretações de Nelson Cavaquinho, Paulo Vanzolini, Chico Buarque, Ary Barroso, Sinhô, Bororó. Roberto Silva teve sete filhos e 30 netos.




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