Sem a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com a adesão de poucos prefeitos, a abertura da Marcha Paulista em Defesa dos Municípios, ontem na Assembleia Legislativa, foi esvaziada. Mesmo assim, a coordenação da atividade, majoritariamente petista, comemorou o compromisso do tucano em receber representantes do bloco hoje à noite no Palácio dos Bandeirantes e a participação do secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido (PSDB), na cerimônia inaugural.

A preocupação do movimento (antecipada ontem pelo Diário) em alardear suprapartidarismo para não intimidar Alckmin ficou evidente no ato. E quem melhor a simbolizou foi o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). O chefe do Executivo, anunciado como integrante da mesa de abertura, pediu para não compor o grupo, que já tinha dois petistas (Eduardo Tadeu Pereira, de Várzea Paulista, e Emidio de Souza, de Osasco) e apenas uma prefeita de outro partido: Maria Antonieta de Brito (PMDB), do Guarujá - Gilberto Kassab (PSD), da Capital, não compareceu, ao contrário do esperado.

"Pedi para ficar de fora para balancear. Se não, ficariam três do PT e só a Antonieta. Alguém tem de ter juízo", declarou Marinho.

Eduardo e Emidio são coordenadores da marcha e, por isso, foram priorizados na composição. O primeiro chegou a insistir pelo discurso do prefeito de São Bernardo. "Não há necessidade disso", considerou Marinho. A mesa ainda teve Edson Aparecido e o deputado estadual Jooji Hato (PMDB), substituto do presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB).

Mesmo com reservas e a adesão de prefeitos abaixo das expectativas (dos 645 municípios, o número de chefes de Executivos não passou de 15 - a organização do evento não informou o número exato), o prefeito de Várzea Paulista exaltou a atividade. "Contempla nosso objetivo (de estreitar diálogo com o governo). É a primeira vez que reunião com estas características conta com a participação do Estado. É emblemático."

Entre os prefeitos do Grande ABC, só os do PT deram as caras: além de Marinho, Mário Reali (Diadema) e Oswaldo Dias (Mauá), que voltam à Assempleia hoje para participar dos debates temáticos. São quatro ao todo: metropolização, segurança, licenciamento ambiental e relação entre prefeituras e o Ministério Público e a Justiça paulista.

Após o encerramento, às 19h, Geraldo Alckmin receberá a Carta das Cidades, relatório do encontro. A comissão de prefeitos responsável pelo ato ainda não foi formada.