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Por que o nariz arde após beber refri?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
02/09/2012 | 07:00
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A ardência no nariz está relacionada ao gás carbônico, um dos principais componentes do refrigerante. Ele também é o responsável por aquele barulhinho quando abrimos a garrafa. Em geral, ao ingerirmos a bebida rapidamente, a substância gasosa pode sair do estômago - como se fosse um arroto - e passar pelo órgão do olfato, provocando a sensação desagradável.

Para entender melhor é necessário saber que as vias respiratória e digestória são conectadas no começo. Os alimentos (que chegam pela boca) e o ar (que entra pelo nariz, além da cavidade bucal) passam pelo mesmo tubo, chamado faringe. Em seguida, dividem-se em caminhos diferentes. A comida percorre o esôfago até cair no estômago. Já o ar vai para a laringe, traqueia, brônquios e pulmões.

Mas isso tudo acontece em momentos distintos. Ao comer, é preciso que a epiglote (pequena estrutura resistente e flexível que fica na entrada da laringe) feche, como se fosse uma tampinha. Assim, o alimento não fará o percurso errado.

Entretanto, ela pode não funcionar direito quando bebemos refrigerante ao mesmo tempo em que rimos, brincamos ou falamos muito. Desse modo, podemos engasgar, fazendo com que parte do líquido saia pelo nariz. A situação, que não é comum, causa desconforto.

Quem bebe muito refri pode acumular mais gases no sistema digestivo e, por isso, arrotar e soltar mais pum.

 

Saiba mais:

Os primeiros refrigerantes surgiram no século 17, mas não tinham gás. Apenas no fim do século 18 é que o britânico Joseph Priestley criou modo de colocar gás carbônico na água. Após a descoberta, a bebida - semelhante à consumida hoje - foi desenvolvida. No começo, era produzida principalmente por farmacêuticos, sendo vendida como tipo de remédio que trazia benefícios à Saúde.

 

Bebida não substitui a água

Tem gente que toma refrigerante no almoço, jantar e, se deixar, até no café da manhã. Mas a bebida nunca deve substituir a água ou suco nem ser consumida em excesso. Como não é nutritiva e possui grande quantidade de açúcar, pode causar obesidade, além de problemas nos dentes.

Nova York, nos Estados Unidos, planeja proibir, a partir de 2013, a venda de refrigerante em embalagens grandes em cinemas, restaurantes e outros estabelecimentos. O objetivo é diminuir o número de pessoas acima do peso.

A obesidade é problemão no país e afeta até mesmo o público infantil. De cada 100 crianças e adolescentes norte-americanos, cerca de 17 são obesos. Pesquisas científicas mostram que as novas gerações poderão viver menos do que seus pais se não mudarem os hábitos.

E não pense que isso acontece apenas lá. A doença também está crescendo entre os brasileiros, grandes consumidores de fast-food.



Às vezes, quando toma refrigerante rapidamente, Carolina Cavicchio Miguel, 10 anos, de Santo André, sente o nariz arder. Mas a menina não sabe por que isso acontece. Apesar de gostar da bebida, Carol garante que a consome somente aos fins de semana. "Se eu beber muito e todos os dias, vai fazer mal e vou engordar demais."

 

Consultoria de Fernando Veiga Angélico Júnior, professor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina do ABC.




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