Os funcionários da General Motors não estão gostando do andamento das negociações salariais deste ano. Ontem, a montadora ofereceu 4,3% de reajuste - o equivalente a 80% da inflação, baseada pelo INPC (Índice do Nacional de Preços ao Consumidor). "Esse índice é inaceitável. E o reajuste real?", questiona o segundo secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Cícero Marques da Costa.

Os trabalhadores reivindicam 11%, somados reposição da inflação e aumento real. "É claro que o percentual que estamos pedindo pode ser negociado", analisa o dirigente sindical.

Na planta de São Caetano estão em campanha 12,5 mil metalúrgicos. A data base é 1º de setembro. "Estamos negociando juntos com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (interior paulista), onde a GM tem outra planta", explica Costa.

Além do aumento, a categoria pede valorização do piso salarial, atuais R$ 1.576,68. No ano passado era de R$ 1.423.

Segundo o secretário do sindicato, está prevista para hoje reunião com a montadora e os sindicatos em Guarulhos, às 13h. "Independentemente do que for discutido, deixamos agendada assembleia com os trabalhadores para segunda-feira, às 6h e às 16h, nos dois turnos. Vamos expor as propostas e definir junto os rumos da campanha", esclarece Costa, que completa: "A GM alega alta competitividade com demais marcas e, por isso, aumento de 4%. No entanto, temos ciência do tanto que produzimos e do quanto a fábrica vende".

CONQUISTAS - Em 2011, a categoria conquistou reajuste salarial de 10,8%, injetando na economia da região R$ 3,7 milhões. Além do aumento, foi acertado o pagamento de abono de R$ 3.000.