Setecidades Titulo Saúde
Região tem 1º ambulatório de doenças raras
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
30/08/2012 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) inaugurou ontem o primeiro ambulatório para tratamento de doenças raras do metabolismo da região. O serviço será destinado a crianças. Desde abril, eram feitos apenas diagnósticos na ala de neurologia infantil. Os pacientes eram encaminhados à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Agora, a demanda já pode ser direcionada ao serviço localizado no campus da faculdade, em Santo André, que oferecerá exames e tratamento medicamentoso.

As doenças metabólicas, raras e de difícil diagnóstico, geralmente são identificadas pelo teste do pezinho, capaz de apontar entre 20 e 30 delas logo após o nascimento. Porém, nem todas as enfermidades podem ser descobertas pelo exame. Pelo menos outros dez males letais metabólicos, que não são apontados pelo procedimento, podem surgir nos primeiros anos de vida, na adolescência ou mesmo na fase adulta. Alguns, inclusive, impedem que crianças ultrapassem os 10 anos de vida.

O objetivo do serviço é diagnosticar precocemente os casos encaminhados e dosar medicações para frear a evolução. Todas se caracterizam pela falta da produção de alguma enzima. Entre as doenças estão a mucopolissacadiroses, que promove o acúmulo de açúcar no sangue, doença de Fabry, que provoca alterações oftalmológicas e renais, e a doença de Gaucher, que significa excesso de substâncias gordurosas no baço, fígado, medula óssea e pulmões.

No espaço da FMABC poderá ser feita a infusão venosa com a reposição enzimática que a criança necessita. 
No entanto, além de oferecer serviço especializado para tratamento dessas doenças, é fundamental que os pediatras das redes municipais de Saúde consigam identificá-las precocemente. "Podemos deter a evolução, mas dependemos de outros médicos. Já orientamos as secretarias de Saúde de Santo André, São Bernardo e São Caetano e vamos trabalhar com materiais informativos em todos os postos de Saúde", explica o professor de Neurologia Infantil da FMABC, Rubens Wajnsztejn.

Atendimento inclui autismo e cefaleia

No núcleo de neurologia infantil da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, também entrarão em funcionamento os atendimentos de casos de autismo e a cefaleia, caracterizada por frequentes crises de dores de cabeça.

Os atendimentos das duas doenças também já eram realizados, mas não contavam com serviço especializado de tratamento. Agora, equipes multidisciplinares com psicólogos, fonoaudiólogos e psiquiatras foram treinadas e darão suporte para realização do diagnóstico precoce, inclusive com realização de exames e indicação de remédios controlados. "Geralmente quando as crianças chegam para consulta já deveriam estar em tratamento. Precisamos trabalhar na identificação do autismo e vamos utilizar todos os recursos para alcançarmos o diagnóstico correto", explica o professor de neurologia infantil da FMABC, Rubens Wajnsztejn.

As crianças com sintomas da cefaleia, doença que provoca pelo menos duas crises de dores de cabeça por semana, podem ter dificuldade para acompanhar o ritmo de aprendizagem na escola e por isso necessitam da atenção dos pais. De acordo com o especialista, geralmente os casos de cefaleia em crianças têm fundo emocional e podem ter relação com hereditariedade.




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