Com a cara e a coragem. É assim que a candidata ao Paço de São Bernardo pelo PSTU, Lígia Gomes, realiza a campanha eleitoral. Dispondo de poucos recursos financeiros, a socialista ainda é desconhecida por boa parte dos eleitores, que ficam surpresos ao saber que uma mulher disputa o comando da cidade.

Ontem, Lígia fez panfletagem no Jardim Silvina, primeiro em estabelecimentos comerciais, finalizando a atividade em frente a uma escola. A prefeiturável estava acompanhada por cinco militantes do PSTU, três ajudando na panfletagem e dois agitando bandeiras do partido.

Sem carro de som, o jingle da socialista foi tocado de forma improvisada, com um megafone usado para propagar a música tocada de um telefone celular.

Em sua primeira disputa majoritária, Lígia avalia o processo eleitoral em São Bernardo como um desafio. "Muita gente ainda acha que só existem dois candidatos na cidade (o prefeito e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Marinho, e o deputado estadual Alex Manente, do PPS)", disse a candidata.

Durante a panfletagem, foi possível observar que alguns populares reagiam com espanto à abordagem. Muitos nem paravam para ouvir a postulante. "O fato de estarmos aqui hoje (ontem) em um bairro afastado mostra preocupação em ir aonde os outros candidatos (a prefeito) geralmente não vão."

APENAS COM DOAÇÕES

Lígia Gomes declarou à Justiça Eleitoral R$ 30 mil de teto para gastar na campanha eleitoral. Marinho e Alex estipularam limite de R$ 15 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente.

Com a disparidade de valores em relação aos candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto, a socialista reconhece as dificuldades para custear a eleição.

"Não temos e não queremos doação de empresários. O que nós temos são doações dos trabalhadores que acreditam na nossa causa. Sabemos que fazer doação de campanha é difícil para quem é assalariado."

Mesmo com as dificuldades financeiras e ciente de que não vai disputar o Paço em condições de igualdade com os candidatos que têm as campanhas mais caras, Lígia Gomes segue propagando os ideais do PSTU.

"Nós mostramos que é possível governar usando o dinheiro produzido na cidade, com as necessidades da população e não para o pagamento de empresas", argumentou a socialista.

Ela cita como exemplo as empresas de ônibus, que lucram com o transporte no município e ainda recebem repasses da Prefeitura, referentes a serviços como a gratuidade para idosos.

Ao mencionar o Transporte público, Lígia voltou a defender a municipalização das linhas de ônibus, com a redução da passagem para R$ 1 e passe livre para estudantes e desempregados.