Economia Titulo Famílias
Intenção de consumo tem queda de 1%

Especialista vê cenário como prévia de redução do endividamento

Pedro Souza
23/08/2012 | 07:05
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O consumidor está atento aos passos da economia brasileira. E como resultado, a vontade de comprar produtos e serviços diminuiu neste mês como reflexo da apreensão sobre a desaceleração econômica. Esta é a conclusão da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apresentada na Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias.

Neste mês, o indicador que aponta a intenção do consumidor comprar reduziu 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Na avaliação da CNC, a desconfiança na atividade econômica, que caminha lentamente, proporciona diminuição na expectativa das famílias em relação à manutenção do emprego, o que tira a vontade de comprar.

Segundo o economista da confederação Bruno Fernandes, o resultado em decréscimo mostra que está havendo moderação no consumo. "Isso significa que as famílias terão espaço para ajustar as suas contas, ou seja, proporcionará redução no endividamento e na inadimplência, que estão elevados. Por fim o consumo nos próximos meses deve aumentar", explicou o economista.

Mesmo com decréscimo frente a agosto de 2011, o indicador de intenção de consumo atingiu 135,6 pontos, alta de 0,2% sobre julho. E quando o resultado é superior a 100 pontos, a análise, segundo a CNC, indica que o grau de satisfação dos trabalhadores em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo é positivo.

DECOMPOSIÇÃO - O indicador é formado por sete subgrupos que apontam a confiança dos brasileiros. Quatro tiveram queda neste mês na comparação anual. A percepção é negativa sobre o emprego atual (-3,2%), perspectiva profissional (-5,2%), renda atual (-1,1%) e compra a prazo (-1,5%). Por outro lado, há melhor esperança sobre o nível de consumo atual (4,1%), perspectiva futura de consumo (0,6%) e momento para aquisição de bens duráveis (1%).

 

Confiança na Capital recua 2,7%

Na Capital, a confiança do consumidor na economia e na sua situação financeira, pretensão de consumo e expectativa de manutenção no emprego, não andam boas. Segundo a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o paulistano apresentou queda nessa sensação em agosto, frente ao mês anterior, de 2,7%.

O ICC (Índice de Confiança de Consumidor) passou de 160,6 pontos em julho para 156,3 pontos em agosto. Conforme a metodologia da pesquisa da Fecomercio-SP, mesmo em queda o resultado apresenta otimismo.

Na avaliação da equipe econômica da Fecomercio-SP, o decréscimo do nível de confiança dos moradores da Capital foi estimulado pela menor satisfação em relação às condições futuras da economia.

Tanto o governo federal quanto o mercado financeiro, por meio de suas equipes de análises econômicas, têm reduzido, constantemente, suas expectativas para o crescimento da atividade econômica do País neste ano.

FUTURO - Um dos componentes do ICC, o IEC (Índice de Expectativa do Consumidor) caiu 3,3%, impulsionado pela percepção negativa, na maioria, das famílias com renda superior a dez salários-mínimos, com mais de 35 anos e do grupo feminino.

 

 




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