Em visita ao Diário, presidente do PV alega que Padilha corre risco de alcançar votação ridícula
O presidente nacional do PV, deputado José Luiz Penna, afirmou que o trabalho do PT de emplacar “um poste” não deve se configurar no Estado de São Paulo, onde o partido nunca venceu eleição majoritária na história. “A tese de eleger poste não está dando certo em São Paulo”, alegou o verde, em referência ao candidato petista ao governo paulista, Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde. A declaração foi dada ontem pelo dirigente, em visita à sede do Diário, ao lado dos correligionários Donizeti Pereira, presidente da Câmara de Santo André, e Regina Gonçalves, ex-deputada.
A seis dias do início da campanha eleitoral, Padilha aparece em terceiro lugar com 3% das intenções de voto na pesquisa Datafolha do dia 7, última publicada na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera com 44%, e do presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), com 21%. Postulante do PV, Gilberto Natalini tem 1%, empatado com Gilberto Maringoni (Psol), que foram incluídos pela primeira vez no cenário.
Padilha foi alçado à condição de candidato pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em pleitos anteriores conseguiu êxito com os afilhados Dilma Rousseff (PT, à Presidência em 2010) e Fernando Haddad (PT, à prefeitura de São Paulo em 2012), então estreantes no páreo. Penna avaliou que a situação desfavorável ao petista, debutante na concorrência a cargo eletivo, se dá pela tradição política na esfera estadual. “Ele corre sério risco de ter número ridículo de votos. Tem sintomas visíveis (do declínio), como a saída do PP (na aliança)”, disse Penna – ontem o diretório progressista deixou o projeto do PT para apoiar Skaf. “Não dá para brincar de poste aqui”, emendou o verde.
O PV atua com a possibilidade de alcançar média de 5% do eleitorado na sucessão de Alckmin, com a candidatura de Natalini (vereador de São Paulo e ex-secretário de Saúde de Diadema), visando levar a disputa ao segundo turno. “Não tem nada definido, mas há tendência. A nossa candidatura vai surpreender. Os partidos tradicionais têm de entender que não existe isso de coligação no primeiro turno”, sustentou ele, acrescentando que a etapa inicial serve para que as correntes políticas se expressem de maneira clara sobre linha ideológica.
Na disputa ao Palácio do Planalto, a cúpula verde homologou o voo solo do ex-deputado federal Eduardo Jorge. Ele está no PV desde 2003 e, como a sigla, se aproximou do tucanato em São Paulo. Pela aliança, foi secretário do Verde nas gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD). O verde terá a complicada missão de encabeçar a chapa após a expressiva votação da ex-senadora Marina Silva, então na legenda e hoje no PSB, que obteve 20 milhões de votos em 2010. “Cada eleição é diferente. A (nossa) votação virá da insatisfação com a estrutura política do País.”
No âmbito proporcional por São Paulo, a estimativa estabelecida pelo PV é repetir o resultado de quatro anos atrás, quando a sigla elegeu cinco deputados federais e nove estaduais, formando a terceira maior bancada da Assembleia Legislativa, atrás apenas do PSDB e PT. “Nossa meta é repetir o feito em São Paulo e ampliar no resto do Brasil”, discorreu Regina.
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