Economia Titulo Empréstimos
Crédito consignado para aposentados recua 6,76%

Segundo o INSS, no Grande ABC foram concedidas 20.562 operações, sendo que no ano passado o número era de 22.054

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
30/06/2014 | 07:05
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A concessão de crédito consignado no Grande ABC recuou 6,76% em maio, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o número de empréstimos a aposentados e pensionistas, que no mês passado atingiu 20.562, no mesmo período de 2013 representava 22.054.

O valor total das operações também teve queda. Em maio de 2013, o volume financiado foi de aproximadamente R$ 91,3 milhões, o que dá uma média de R$ 4.142,59 por contrato. Já no mês passado, o montante ficou em R$ 81,4 milhões, totalizando cerca de R$ 3.961,23. Queda de 4,37%.

Segundo o professor de economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, o recuo no número de empréstimos se deve à situação de endividamento atual. “Quando se atinge nível de dívidas mais elevado, há dificuldade para novas contratações. O custo do crédito também tem aumentado, já que a taxa de juros subiu. Tudo isso deixa o mecanismo menos atrativo e mais caro”, disse.

De acordo com informações do Banco Central, o nível de inadimplência do crédito a pessoa física, em maio, teve incremento de 0,1% em comparação a abril, atingindo 2,7%. Já para o crédito livre (que os bancos têm liberdade de precificar, a exemplo do empréstimo pessoal) aumentou 0,2% e ficou em 5%.

A concessão de crédito livre diminuiu 2,7% em relação a abril, caindo para R$ 13 milhões. A taxa de juros subiu de 31,7% ao ano para 32% no mês passado, sendo que para a pessoa física o índice ficou em 42,5%. A do consignado, por sua vez, aumentou de 25,3% em abril para 25,5% em maio.

Conforme o professor do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) Keyler Carvalho Rocha, o que pode explicar a queda na concessão é o fato de as pessoas terem um consignado em andamento e não poderem contrair mais de um empréstimo ao mesmo tempo. “O crédito é concedido de acordo com a necessidade das pessoas. Além do mais, o prazo de pagamento é longo. Acredito que quem fez empréstimo no ano passado ainda esteja pagando, o que inviabiliza uma nova operação agora”, afirmou.

Para Maskio, a tendência é que aposentados e pensionistas tomem cada vez menos crédito no decorrer deste ano. “Acredito em uma retração do crédito nos próximos meses, pelo menos até o fim do ano. Já que, provavelmente, o endividamento vai se manter ou aumentar. Porém, se os juros diminuírem, pode ser que a operação volte a ser atrativa.”

O empréstimo consignado ainda é a alternativa mais indicada para os aposentados. “Sem dúvida, é a opção mais barata (os juros do empréstimo pessoal giram em torno de 3,41% ao mês, enquanto os do consignado são de, no máximo, 2,28%). Porém, deve-se pensar bastante antes de contrair esta nova dívida, principalmente quando o benefício é a única fonte de renda”, afirmou Rocha.

São Bernardo foi a cidade que mais fechou contratos de consignado no Grande ABC, com 6.427 empréstimos. O montante também foi o maior, somando R$ 27 milhões em média, totalizando valor médio por operação de R$ 4.345,90. Em seguida vêm Santo André, com R$ 20 milhões, e Mauá, com R$ 10 milhões (mais informações na tabela acima). 




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