Economia Titulo Cenário econômico
PIB crescerá só 1,16%, dizem analistas

Há quatro semanas, projeção estava em 1,63%;
pessimismo reflete fraca atividade industrial

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/06/2014 | 07:01
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Com o fraco desempenho da indústria, que foi puxado pela retração no setor automotivo, o crescimento econômico do Brasil neste ano deve ficar bem próximo de 1%, aponta novo relatório Focus, do BC (Banco Central).

Divulgado ontem, o levantamento – que toma como base projeções de analistas do mercado financeiro – aponta que a maior parte dos especialistas estima agora alta de apenas 1,16% no PIB (Produto Interno Bruto) em comparação com o desempenho de 2013. Há quatro semanas, a expectativa era de expansão de 1,63%, que já havia se reduzido, na semana passada, para 1,24%.

Os números do relatório mostram que a atividade industrial contribuiu para o aumento do pessimismo dos analistas. Há um mês, o documento do BC mostrava expectativa de expansão de 1,4% na produção neste ano. Agora já há projeção de queda de 0,14% em relação ao desempenho de 2013.

Recentes dados de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as fabricantes registraram, em abril, a segunda queda seguida na atividade. E, outro estudo, da FGV (Fundação Getulio Vargas) chamado Índice de Antecedente Composto da Economia para o Brasil mostra que a deterioração do clima de negócios e da confiança do consumidor derrubou esse indicador em maio, apontando ritmo lento do cenário econômico. Além disso, de janeiro a maio, a fabricação de veículos já apresenta retração de 13,3% na comparação com igual período de 2013.

Segundo o delegado do Corecon (Conselho Regional de Economia) para o Grande ABC, Leonel Tinoco, o segmento automobilístico tem peso forte na atividade industrial, e esse fraco desempenho afeta a economia. “Ao mesmo tempo, se tem pequeno superavit nas contas externas, causadas pela interrupção das negociações com a Argentina”, disse. Mais de 10% das exportações de automóveis do País vão para o país vizinho. Além disso, cerca de 60% das vendas de caminhões de São Bernardo ao Exterior vão para esse mercado.

Tinoco acrescenta que a economia depende das perspectivas futuras. “O empresário não investe se não tiver expectativa de melhora no cenário, e o consumidor também não compra se achar que vai perder o emprego”, afirma. Junto com isso, a inflação refreia o consumo, pois a população gasta mais com itens básicos, diz o economista.  




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