Falta de interesse impede que bloco de vereadores se torne realidade
Retomada em 2013, a Frente Parlamentar do Grande ABC está longe de ser um fórum de discussão ativo, com participação efetiva dos 142 vereadores da região. Ainda sem coordenação definida, o bloco se reuniu apenas uma vez neste ano, no fim de março, em São Bernardo.
Desde então, havia expectativa de novos encontros para formatar o embrião de colegiado, mas a plenária não aconteceu e a iniciativa pode cair no esquecimento, assim como nas outras ocasiões em que foi discutida pelos legislativos das sete cidades.
A formação de um grupo regional de vereadores é pauta recorrente e sempre resgatada quando uma nova legislatura se inicia. A última tentativa foi em 2009, mas não avançou devido à baixa adesão dos parlamentares.
Um dos entusiastas da frente regional, o chefe da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), acredita na consolidação do bloco. “Vamos avançar esse debate, estabelecendo estatuto e diretrizes para aperfeiçoar nossa atuação”, afiançou. Porém, se depender da iniciativa dos integrantes da atual legislatura, a medida tende a fracassar mais uma vez.
Na semana passada, foi realizada reunião em São Bernardo para discutir a participação dos vereadores da região no conselho consultivo do Consórcio Intermunicipal, só que apenas 16 parlamentares participaram, sendo 13 da Casa anfitriã. Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não tiveram representantes no encontro.
O objetivo do ato era definir quatro representantes (dois efetivos e dois suplentes) dos legislativos para deliberar decisões do fórum de prefeitos. Mas com a falta de quórum, nenhuma decisão foi tomada e nova reunião deve ser marcada.
No fim da plenária, o presidente da Câmara são-bernardense, Tião Mateus (PT), reconheceu ausência de interesse na discussão.
Atrair os parlamentares para atuar de forma intensiva nas reuniões é o principal desafio do grupo. No encontro realizado no ano passado em São Bernardo, 81 vereadores participaram, mas metade foi embora antes mesmo da reunião terminar.
Com o começo da disputa eleitoral, em que os vereadores atuarão de maneira direta ou indireta no pleito, se torna complicada a agenda de reuniões integrada.
Num momento em que o Consórcio se tornou entidade pública e aumenta seu potencial de pleitear verbas federais e estaduais, os vereadores da região centralizam as atividades em seus redutos. Neste sistema, a consolidação da frente parlamentar do Grande ABC não consegue angariar força política, como ocorre, por exemplo, na Baixada Santista.
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