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Crowdfunding é usado por profissionais dos quadrinhos
17/06/2014 | 08:15
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Apesar de as plataformas dedicadas começarem a aparecer agora, a ideia de financiamento coletivo para livros já existe há algum tempo no Brasil. Os profissionais dos quadrinhos, por exemplo, conseguiram montar uma estrutura eficiente de crowdfunding, inicialmente com a plataforma do site Catarse - o primeiro projeto bem sucedido foi o livro Achados e Perdidos, de Luís Felipe Garrocho e Eduardo Damasceno, em 2011.

Desde então, se tornou possível um tipo de comercialização que não existia no cenário editorial brasileiro. É o que atesta o quadrinista Rafael Coutinho, autor ele mesmo de dois projetos bem sucedidos de financiamento coletivo e um dos fundadores da Narval Comix, iniciativa voltada para a produção de quadrinhos autorais.

"No início, me pareceu algo muito insólito, mas aos poucos fomos entendendo como o processo funciona e tudo foi muito saudável", afirma, ressaltando que nesse tipo de produção os leitores ficam muito próximos dos autores e editores.

Coutinho explica que as redes sociais, especialmente o Facebook, tiveram um papel importante na sua primeira iniciativa no crowdfunding (O Beijo Adolescente - Segunda Temporada, de 2012), mas na segunda, com as mudanças no funcionamento da rede social, o método de angariar apoiadores mudou. "O alcance ?orgânico? das postagens passou a ser muito baixo mesmo com muitos ?curtir?, o que dificultou um pouco mas ao mesmo tempo abriu nossos olhos para a lógica do crowdfunding", diz Coutinho, ressaltando que o importante é encontrar parceiros para viabilizar projetos, a "ideia quase ancestral do mecenato". Ainda há muito o que se testar, mas as pessoas estão querendo participar experiência de produção.

A escritora gaúcha Clara Averbuck também realizou - e com sucesso considerável - um projeto próprio e agora deve terminar de produzir seu sétimo livro, Toureando o Diabo. O projeto arrecadou, por meio do Catarse, R$ 44,5 mil, quase R$ 10 mil a mais do que a meta.

A principal motivação para ela foi a injustiça que considera a divisão dos lucros no mercado editorial brasileiro e o desejo de maior contato com os leitores e consumidores de sua obra. "Acho o fim do mundo livrarias ficarem com 50% do preço de capa do livro", diz. Clara começou a publicar na internet e, no início dos anos 2000, migrou para o mercado editorial.

"No começo achei muito legal, mas depois senti muito quando o processo saiu quase todo da minha mão", lamenta a escritora, que confessa que pode patinar um pouco na distribuição do seu primeiro livro viabilizado pelo crowdfunding, previsto para agosto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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