A partida contra o México, há um ano, no Castelão, em Fortaleza, pela primeira fase da Copa das Confederações, é um divisor de águas no ambiente da Seleção. Naquela ocasião, o time, sob comando de Felipão há sete meses, vivia fase de instabilidade e, fora de campo, o País atravessava o ápice das manifestações populares. A indignação foi materializada no momento de cantar o Hino Nacional, de modo que emocionou os jogadores. A bola rolou, o Brasil ganhou por 2 a 0 e arrancou rumo ao título diante da Espanha. Hoje, o cenário e os personagens se repetem pela segunda rodada da Copa do Mundo.

O som do torcedor completando a letra do Hino Nacional ainda ecoa no ouvido dos jogadores. Sempre que têm oportunidades, todos, sem exceção, lembram do momento que serviu para fortalecer o grupo e aumentar a confiança. Ontem, o zagueiro e capitão Thiago Silva não só recordou a ocasião como pediu ao público que repita a atitude no duelo de hoje.

“Ficamos surpresos com aquela recepção toda (na Copa das Confederações). Na hora do hino escutar a torcida cantando da forma como foi deixou todo mundo bem motivado. Agora, na Copa do Mundo, confesso que tenho pedido ao pessoal, se possível, cantar o hino junto, agarradinho, da mesma forma que nós jogadores cantamos em campo. Isso dá motivação e mostra que o torcedor está junto da gente”, pediu o zagueiro.

Thiago Silva era um dos cinco atletas da Seleção – Marcelo, Oscar, Hulk e Neymar eram os outros quatro – que estavam presentes na última vez que o México aprontou para cima do Brasil, na final da Olimpíada de Londres, em 2012, quando venceu por 2 a 1, com gols do atacante Peralta, que também estará em campo. Vacinado, o zagueiro cobrou atenção, mas também mostrou confiança em boa atuação do Brasil.

“O México tem jogadores de qualidade, vimos isso na final da Olimpíada, quando infelizmente perdemos. Mas estamos tranquilos, sabemos que temos grande elenco, grande treinador e, principalmente porque vivemos um dos melhores momentos. Isso não quer dizer que não vamos estar atentos, especialmente no Giovani (dos Santos) e no Peralta, que decidem jogos em poucos segundos”, ressaltou o capitão brasileiro.

Fortaleza vira casa dos mexicanos

Os mexicanos invadiram Fortaleza. Por todos os lados é possível ver os torcedores, que não fazem questão nenhuma de passar despercebidos entre os fãs brasileiros. Muitos usavam o tradicional sombreiro, outros camisetas da seleção. A expectativa da Secretaria de Turismo do Ceará é que cerca de 15 mil intrusos estejam na festa armada pela torcida brasileira no Estádo Castelão.

Ontem, atracou no porto de Fortaleza navio com 3.600 torcedores mexicanos. Muitos outros vieram de avião, tamanha a confiança da vitória, que seria histórica, contra o Brasil, em plena Copa do Mundo. A euforia é tanta que, no domingo à noite, os torcedores chegaram a fechar a Avenida Beira-Mar, em frente ao hotel onde está hospedada a delegação.

Para retribuir a confiança, o técnico Miguel Herrera prometer atacar o Brasil e buscar os três pontos que podem garantir a classificação do México para às oitavas de final. O treinador, porém, disse que vai manter a escalação da estreia, ou seja, deixará o atacante Chicharito Hernández, uma das estrelas do time, no banco de reservas.

“Seremos um rival muito digno, que tratará de levar os três pontos. Nosso melhor jogo é abrir o campo. Sabemos que eles têm uma equipe sólida”, comentou o técnico, mostrando que prevê jogo aberto diante dos brasileiros no Castelão.