Política Titulo Ineficaz
CPI da Craisa acaba em pizza com relatório superficial

Documento será apresentado em dez dias; base e oposição se unem na formulação

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/06/2014 | 07:16
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Montagem/DGABC


Sem objetivo claro, a CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) se encerra com série de falhas e enfraquecida. Prova disso é que a base de sustentação do governo Carlos Grana (PT) e a bancada de oposição farão relatório em conjunto, convergente. O cenário mostra a baixa evolução dos trabalhos de investigação da comissão, criada para apurar suspeitas de irregularidades de 1992 até hoje na autarquia. O documento deve ser apresentado em dez dias.

O bloco finalizou a fase de oitivas na semana passada, depois de contantes ausências dos depoentes convocados. Após a última falta justificada no plenário, o presidente da CPI, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), decretou que havia declarações suficientes para iniciar o relatório. “Por mais que algumas pessoas deixaram de vir (prestar esclarecimentos), estamos satisfeitos com as informações que temos no grupo”, sustentou. O prazo para a entrega do relatório foi estipulado sem passar pente-fino na gestão João Avamileno (PT).

A administração Aidan Ravin (PSB, 2009-2012) foi o único mote da averiguação superficial da comissão, que ‘esqueceu’ dos outros 18 anos que poderiam pautar as discussões. Outro fator importante que demonstra o baixo índice de estudo é que o levantamento está baseado apenas no fornecimento oficial de documentos da Craisa, comandada hoje por Hélio Tomaz Rocha (PT). O petista, que foi interrogado em duas ocasiões, responsabilizou os problemas internos ao governo anterior.

Relator da comissão, o vereador Ailton Lima (Solidariedade) afirmou que, para ele, a CPI deu o resultado esperado. “Os permissionários (da autarquia) saíram vitoriosos. Alguns estavam há 20 anos de forma precária no local. Hoje há concessão”, disse o parlamentar. Antes da instauração do bloco, existia conflito entre os usuários dos boxes da Craisa e a direção, que preparava edital de utilização dos espaços. A polêmica era tamanha que houve greve. A superintendência retirou o processo e refez o texto, redesignando os valores.

Montorinho reconheceu que a cumplicidade com o teor do relatório. “Vamos preparar juntos”, frisou o presidente. Segundo o dirigente da comissão, um dos principais pontos do documento será a Festa Junina de 2012, quando “não teve correta prestação de contas”. Os integrantes vão sugerir também novo certame para o sacolão da Vila Luzita e mudança no modelo de administração na autarquia, considerado arcaico e deficitário. No começo da gestão, eram R$ 20 milhões de rombo financeiro.

Esta é a segunda vez que a Craisa é investigada. A última ocorreu em 2006, após processo licitatório para transporte de merenda.




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