Ex-prefeito de Diadema, o secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior (PT), contestou as declarações do atual chefe do Executivo, Lauro Michels (PV), que citou o petista para justificar a escolha pelo titular da Pasta de Assuntos Jurídicos, Fernando Moreira Machado, para responder pelo expediente do Paço durante a viagem que ele fez ao Exterior.

“Não sei por que ele está jogando para cima de mim. Ele tem de ser responsável pelos atos dele. Quer dizer que, se eu fizer uma coisa errada, ele vai citar o meu nome para fazer igual?”, argumentou o petista.

Lauro deixou Moreira à frente do Paço sem comunicar oficialmente a vice-prefeita, Silvana Guarnieri (PTB), ou o presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT).

Em 2004, Filippi se afastou temporariamente do Paço e designou a secretária de Assuntos Jurídicos Vanessa de Oliveira Ferreira. Na ocasião, ele não indicou o vice-prefeito Joel Fonseca nem o chefe do Legislativo Marco Antônio Ernandez, o Marquinho (ambos do PT).

Disputando o segundo turno da eleição municipal na época, o petista se afastou entre os dias 14 e 24 de outubro daquele ano, amparado no artigo 77 da LOM (Lei Orgânica do Município), segundo o qual o gestor pode se ausentar do cargo por até 15 dias sem autorização da Câmara. Lauro usou a mesma justificativa para respaldar o período de descanso.

“Eu me ausentei para disputar a eleição com mais liberdade. Seguimos o que determina a constituição municipal. O primeiro da linha sucessória se licenciou (o vice) e o segundo (presidente da Câmara) também estava impedido de assumir (a Prefeitura)”, disse Filippi. O líder do Legislativo também se licenciou para ajudar na campanha de Filippi.

Lauro antecipou o retorno a Diadema no sábado. Dois dias depois, ele conseguiu impedir que Maninho governasse a cidade por meio de um mandado de segurança. A liminar foi revogada às 23h30.