Economia Titulo Veículos
Montadoras elevam
produção em 1,9%

Resultado da Anfavea não garante a estabilidade
do emprego no setor, que apresenta queda de 1,2%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
06/06/2014 | 07:04
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Andréa Iseki/DGABC


A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 282.465 unidades em maio, alta de 1,9% na comparação com abril e recuo de 18% ante maio de 2013, conforme a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou ontem.
 
Apesar da expansão mensal na produção, o setor encerrou o mês passado com 152.293 empregados, decréscimo de 1,2% na comparação com abril e recuo de 2,8% ante maio de 2013.
 
Tendo em vista a concentração das montadoras no Grande ABC, o cenário futuro para o mercado do trabalho no setor automotivo ainda é incerto, mesmo após as várias medidas que as gigantes tomaram como os PDVs (Programas de Demissões Voluntárias), férias coletivas, lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho) e licenças remuneradas. Tudo isso por que os estoques subiram em maio.
 
“Os estoques das montadoras no País subiram um dia ao mês. Isso significa que mesmo com todas as medidas anunciadas para reduzir a produção, ainda não está escoando em um ritmo que deveria”, avaliou o diretor da ADK Consultoria Automotiva, Paulo Roberto Garbossa. “Tanto que até a própria Anfavea disse que o setor deve crescer apenas 1,1% neste ano.”
 
Entre as medidas já tomadas pelas montadoras da região, por exemplo, estão o PDV da Mercedes-Benz, que até último balanço tinha 700 adesões, e a licença remunerada de outros 700 empregados, que a partir do dia 1º de julho, vão ingressar em grupo de 1.400, que ficará em lay-off. A empresa, por entender que o mercado de caminhões nacional e as exportações para a Argentina estão em má fase, tinha anunciado que estava com excedente de 2.000 trabalhadores na unidade de São Bernardo.
 

A Volkswagen também colocou cerca de 900 da região em lay-off no mês passado. Sem contar as folgas em dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de futebol que a General Motors, em São Caetano, concederá aos trabalhadores, mais férias coletivas para os 1.200 funcionários do terceiro turno, dos dias 12 a 29 de junho.

Além disso, um dos estímulos para o aumento da demanda de veículos, a redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), está com os seus dias contados, segundo a Anfavea.
 
O presidente da entidade, Luiz Moan, disse ontem, durante apresentação dos resultados de maio, que espera a recomposição integral da alíquota de IPI para automóveis a partir de 1º de julho.
 

Essa previsão é fruto de conversas oficiais recentes, destacou o executivo, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria deixado claro que esta é a posição atual do governo federal. Além disso, Mantega teria sinalizado que não há espaço atualmente para adoção de novos mecanismos de financiamento para o setor.

NÚMEROS

A produção acumula queda de 13,3% nos cinco primeiros meses do ano, sobre igual período de 2013, para 1.351.225 unidades. Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em maio chegou a 265.272 unidades, alta de 1,5% na comparação com abril e recuo de 18,2% ante maio de 2013. No mês passado, foram produzidos 202.643 automóveis e 62.629 comerciais leves. (com AE) 




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