Política Titulo Discordância
Lauro e Silvana
batem cabeça

Prefeito de Diadema diz que licença médica
da vice-prefeita não foi protocolada na Prefeitura

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
04/06/2014 | 07:22
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André Henriques/DGABC


Um dia após retomar as atividades como prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) voltou a evidenciar a crise com a vice, Silvana Guarnieri (PTB), que está de licença médica e não o substituiu durante a viagem que ele fez ao Exterior.

O verde alegou não ter recebido o documento que concedeu o afastamento da petebista – entre os dias 26 de maio e 8 de junho –, incluído no processo judicial apresentado à Justiça pelo presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), para ser empossado prefeito. A liminar foi rejeitada pelo juiz André Mattos Soares, após ele ser procurado por emissários de Lauro para comunicar seu retorno.

“Não tomei conhecimento desse documento que o PT levou ao juiz. Não passou pelo expediente da Prefeitura e, para mim, não existe”, discorreu o verde.

Maninho disse que recebeu na Câmara cópia da licença médica apresentada por Silvana Guarnieri, posteriormente anexada ao processo judicial. “O prefeito está querendo desviar o foco da situação.”

Lauro relatou que está apurando se o atestado médico foi entregue ao Legislativo sem passar pelo Paço.

Pré-candidata a deputada federal, Silvana ficaria impedida de disputar a eleição se assumisse a cadeira.

Por nota, a número dois da Prefeitura afiançou que comunicou o afastamento a Lauro e que a liberação médica foi entregue ao Sesmt (Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho), vinculado à Secretaria de Gestão de Pessoas. “Tudo correu nos trâmites legais. Não podemos dizer o mesmo sobre a conduta do prefeito, que não comunicou oficialmente sobre sua ausência na cidade”, diz a nota.

Apesar disso, Lauro voltou a criticar a petebista. “O Sesmt tem de ser entregue no expediente da Prefeitura, não no gabinete do prefeito”, frisou.

A crise entre os dois responsáveis pela administração municipal foi escancarada quando Lauro resolveu efetivar a ex-secretária de Educação de São Bernardo Neide Felicidade na chefia da Secretaria de Assistência Social, da qual Silvana se desligou para se dedicar à pré-campanha.

EMBATE
Após manobrar para impedir a oposição de governar a cidade, Lauro Michels declarou que o PT tentou induzir o Judiciário ao erro. “Foi falta de ética do Maninho, que participou comigo de reunião no Consórcio Intermunicipal (na segunda-feira), tentar fazer algo para assumir a Prefeitura”, considerou o verde.

Sem contestar a decisão judicial que o impediu de assumir interinamente o Paço, o petista rebateu o chefe do Executivo. “Antiético é ele, que viajou sem comunicar ninguém. Eu fiz exatamente aquilo que a lei determina, que é fiscalizar os atos do Executivo”, declarou.

‘Ela pensou na política, não pensou na cidade’, diz verde

Descontente com a pré-candidatura de Silvana Guarnieri (PTB) à Câmara dos Deputados, o chefe do Executivo diademense, Lauro Michels (PV), criticou outra vez a vice-prefeita. Ao comentar o afastamento da petebista do Paço por meio de licença médica no mesmo período em que tinha planejado se ausentar da cidade, o verde mencionou o projeto político da petebista.

“Ela fez isso porque não queria assumir a Prefeitura. Ela pensou na política, não pensou da cidade”, disparou. A assessoria de Silvana reiterou que ela está de licença médica.

De acordo com o artigo 73 da LOM (Lei Orgânica do Município), cabe à vice-prefeita substituir o prefeito em caso de licença do titular. Mas o verde se ausentou da cidade sem comunicar oficialmente a número dois do Paço ou o presidente do Legislativo, Maninho (PT).

Lauro designou diretamente o secretário de Assuntos Jurídicos, Fernando Moreira Machado, para responder pelo expediente da administração entre 26 de maio e 7 de junho.

O petista, então, procurou a Justiça para fazer valer, na sua ótica, seu direito de assumir a Prefeitura. Conseguiu liminar, que foi derrubada horas depois, quando o juiz soube do retorno de Lauro à cidade. O prefeito, por sua vez, dizia-se tranquilo e não iria revogar o ato que deu ao secretário a responsabilidade de conduzir a gestão. Porém, foi publicada ontem portaria tornando sem efeito a designação de Moreira Machado.

Lauro ficou incomodado com a decisão de Silvana de manter o projeto político, em vez de apoiar a pré-candidatura a deputado federal do ex-secretário de Obras Márcio da Farmácia (PV). A crise pode arranhar a relação de Lauro com o PTB. Para dar um basta ao imbróglio, o verde deve se reunir com o presidente estadual da sigla, Campos Machado.




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