Artigo

Encontra-se na Assembleia Legislativa projeto de lei que autoriza o governo do Estado a buscar linhas de crédito em bancos para financiar a construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá, na Baixada Santista. A expectativa é que, depois de superadas neste ano as etapas que preveem a licença de instalação e a licença de operação, as obras tenham início efetivamente em 2015.

Por enquanto, ainda não está definido o tipo de tráfego que circulará dentro do túnel, embora a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), responsável pela construção, tenha deixado claro que a ligação será capaz de absorver também o tráfego de veículos pesados, o que poderá contribuir para diminuir a ocorrência de congestionamentos no trânsito em direção ao Porto.

Sabe-se de antemão que o túnel não tem prioridade econômica, mas para facilitar a mobilidade urbana, pois seu objetivo é substituir o serviço de ferry boat na Ponta da Praia, que está com a sua capacidade esgotada, não suportando o aumento da demanda – atualmente estimada em 20 mil pessoas por dia. E que o escoamento de cargas em direção à margem esquerda e aos terminais de Guarujá continuará a ser feito pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni, que vem recebendo melhorias por conta de investimentos previstos no PAC-2 (Plano de Aceleração do Crescimento).

Para que o túnel venha a absorver o tráfego pesado haverá necessidade de ampliação das áreas de circulação, com óbvios prejuízos à população dos dois municípios. Naturalmente, as duas prefeituras não deverão aceitar passivamente que os moradores que vivem nos bairros afetados venham a suportar os inconvenientes das obras e, depois, da passagem do tráfego pesado.

Tudo isso é motivo de preocupação, porque só se vê a SEP (Secretaria dos Portos) com o foco voltado para a ampliação do comércio exterior, com as obras de dragagem que vão facilitar a entrada de meganavios no canal de navegação. A estimativa, segundo a SEP, é que os arrendamentos de terminais apenas nos portos de Santos e do Pará provoquem aumento de capacidade de 48 milhões de toneladas por ano, com investimentos estimados em R$ 3 bilhões.

Obviamente, ninguém é contra o aumento do comércio exterior. Pelo contrário. O que se questiona é se a infraestrutura portuária e logística – hoje, extremamente precária – irá acompanhar esse crescimento.

Mauro Lourenço Dias é engenheiro eletrônico, vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP e professor de pós-graduação em Transportes e Logística na Unicamp.

Palavra do leitor

Consequências
Com nossos políticos felizes em poder contar com governo federal tolerante às falcatruas geradas pela prática da corrupção, o corporativismo, onde a impunidade é dada como certa, as consequências acumuladas dessas administrações perdulárias e irresponsáveis dos últimos 30 anos batem à nossa porta. País institucionalmente segregado como está o Brasil, conta hoje com geração perdida na sua identidade! Não enxergam as crises sociais como decorrências desse governo que busca o abastamento pessoal e de seus asseclas. Nosso modo de viver está sem conexão às improbidades de gestores, extinções ambientais e todas as causas, cujas mitigações e prevenções por parte dos nossos governos, de maneira criminosa, não existem. Sem querer entrar em vaticínio, estão acabando com o Brasil. Tranquilamente! Enquanto nos manifestamos com alvos errados!
Paulo Rogério Bolas
Santo André

Presidente
A presidente do Brasil recebeu vaias na abertura da Copa das Confederações, em 2013. Geralmente, as vaias aparecem quando há problema na administração que não esteja agradando aos brasileiros, ao menos em parte. Em suas entrevistas, sejam pelo rádio, TV ou mesmo em palestra, ela sempre dá ênfase à sua administração, declarando que tudo está certo e caminha perfeitamente bem e que todos ajustes necessários já foram feitos. Esperemos que seja realmente assim, para que as vaias que poderão advir sejam todas transformadas em palmas de apoio. Mas que não seja o reverso da medalha porque somos todos brasileiros e não desejamos ser ludibriados no fato. Logo teremos a abertura e, depois, a final da Copa, e só então veremos.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Joaquim Barbosa
Ao ler que o nosso ministro Joaquim Barbosa irá se aposentar (Política, dia 30), mesmo podendo ficar no cargo por mais dez anos, senti grande tristeza, e acho que muitos brasileiros também. Vemos pela primeira vez um ministro honrar o cargo com dignidade e honestidade absolutas. O ministro teve a coragem de condenar os políticos corruptos à prisão. E foram logo 12! Poderiam ser centenas, pois corruptos têm às centenas em cargos públicos. Nós, povo, começamos a ter outro sentimento, de achar que o Brasil ainda tem cura. Ele foi bom mesmo quando ficou sozinho, quando ninguém – nem mesmo seus pares – o acompanhou para que a justiça fosse igual para todos. É evidente que com a sua saída tudo voltará ao velho sistema, à velha bandidagem, à velha corrupção, os partidos políticos serão novamente quadrilhas e cadeia continuará a ser só para os pobres. Nosso Brasil querido só perde com a saída de Joaquim Barbosa, bem agora, que estávamos começando a acreditar no Ministério da Justiça. Para quem gostaria de ver o País limpo de tanta corrupção, o fato é para tristeza e luto.
Ivanir de Lima
São Bernardo

Estranhamento
Sobre a reportagem ‘Professor da UFABC disputará Estado pelo Psol’ (Política, dia 26), causou-me estranhamento o fato de a matéria colocar de maneira descontextualizada o indiciamento no ficha suja do professor e ex-vereador Aldo Santos, esquecendo que tal processo já foi arquivado pela Justiça. Estranhamento ainda maior é ver dois parágrafos inteiros dedicados a esse episódio, que não se relaciona em nada com o restante do texto e com o tema central do mesmo: a apresentação da candidatura de Gilberto Maringoni. Será que foi simples erro editorial? Será que foi simples erro de escrita? Ou existe, da parte deste jornal, alguma predisposição contra os partidos pequenos ou diferentes dos demais?
Francisco de Oliveira
Santo André

Nota da Redação: Ao contrário do que o leitor pontua, o episódio de Aldo Santos é pertinente, pois é uma liderança política do Grande ABC que esteve numa chapa majoritária que disputou o governo de São Paulo, da mesma forma que fará o professor Gilberto Maringoni, da UFABC (portanto, da região) e de sua legenda. Ressaltamos ainda que não há, como induz o leitor, qualquer predisposição contrária deste Diário com partidos pequenos e o simples fato de publicarmos a reportagem sobre a candidatura do Psol ao Palácio dos Bandeirantes, com o destaque necessário diante da relevância do tema, já é uma das muitas provas disso. O partido e seus integrantes sempre tiveram voz neste veículo de comunicação, assim como as demais agremiações partidárias, sem distinção.

Orlandina
Quanto ao abastecimento de água da Sabesp no Jardim Orlandina, no Rudge Ramos, em São Bernardo, nossa rede de água não é do Sistema Cantareira e mesmo assim estamos sofrendo com constantes faltas do líquido. Semana passada, ficamos todos os dias com períodos grandes de falta de água, normalizando por algumas horas depois de muitas ligações para a Ouvidoria da Sabesp, mas não tempo suficiente para encher a caixa-d’água. O problema maior é que há alguns meses a Comgás passou no bairro oferecendo instalação de gás encanado. Muitos moradores locais optaram pela instalação de chuveiros a gás, no qual a ligação é feita com a água da rua e não da caixa-d’água, o que nos causa grandes problemas quando a água é cortada – além de outros, como ar no encanamento, que encarece a conta, e a impossibilidade de lavar roupa, entre outras. Segundo a Ouvidoria da Sabesp, o problema é devido à manutenção, mas tem sido tão constante que é impossível não terem resolvido ainda. Sabesp, Prefeitura, se puderem nos ajudar, ficaremos gratos.
Márcia Regina Brunner
São Bernardo