A aliança entre PRP e o PSB, de Eduardo Campos, à Presidência da República, resultou em impasse político para a vice-prefeita de Santo André, Oswana Fameli (PRP), que agora é assediada por partidos da base aliada do governo do prefeito Carlos Grana (PT). Lideranças ligadas à administração petista, como PSD, PR e PDT sondaram a número dois do Paço depois que a direção nacional de sua legenda firmou acordo por apoio ao projeto de oposição à gestão de Dilma Rousseff (PT).

Apesar da resistência em falar sobre política, Oswana admitiu a investida de siglas da órbita governista. Segundo a vice, as tratativas, entretanto, não fazem parte de sua pauta, ao menos por enquanto. “Me sinto lisonjeada por ser alvo de partidos. Fui bastante procurada, fiquei até assustada a princípio, mas vejo isso como reconhecimento do trabalho. Estou preocupada no momento apenas no trabalho do desenvolvimento econômico. Implantar o polo tecnológico, por exemplo”, justificou ela, ao despistar em relação às demais legendas.

O convite do PSD a Oswana foi feito pelo presidente do diretório andreense e secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra. Integrantes do primeiro escalão do governo Grana, eles almoçaram em restaurante da cidade para tratar, entre outros assuntos, da migração de partido – que, no município, conta também com o deputado estadual José Bittencourt.

Sobre a abertura pessedista, ela preferiu dizer apenas que o sinal partidário demonstra que existe amizade na relação. “Algumas pessoas falam em briga. É muita especulação”, alegou a vice-prefeita na tentativa de amenizar a polêmica relacionada a eventual disputa antecipada pelo posto de parceiro na chapa petista, em 2016.

Considerado nanico, o PRP acertou acordo com o ex-governador de Pernambuco há 10 dias, aliando-se a PPS, PHS e PPL, que também anunciaram adesão ao projeto majoritário socialista encabeçado por Campos e pela ex-senadora Marina Silva, líder do Rede Sustentabilidade. A sigla de Oswana vai contribuir com 25 segundos de tempo de TV durante o período eleitoral.

O presidente nacional do PRP, Ovasco Resende, não foi localizado para comentar a saia justa. Oswana afirmou que, embora haja a parceria pelo Palácio do Planalto, no Grande ABC há autonomia às executivas locais. “No âmbito regional nós somos respeitados e temos independência”, disse a número dois da Prefeitura, deixando claro que não aceitaria imposições. “Não penso em alterações (mudança de partido). Estou feliz em participar do projeto em Santo André.”