O diretor do Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) de São Caetano, André Stábile, estará na terça-feira em Brasília representando o município e o Grande ABC na elaboração de currículo de base comum para as escolas do País. O encontro reunirá 40 representantes de todo o Brasil.

O debate ocorre às vésperas de a Câmara dos Deputados votar alterações ao Plano Nacional da Educação, aprovado em 2012. A proposta estabelece metas para o setor no período de dez anos e a principal é o investimento da União de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) da Educação) – atualmente são 5,1%.

Para Stábile, as outras cidades da região ainda não aplicaram um plano de formação para o ensino de base. No início do ano, o município chefiado por Paulo Pinheiro (PMDB) unificou o currículo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. A iniciativa foi pioneira na região é é uma das poucas do País.

“A base nacional (discutida em Brasília) vai indicar claramente quais são as expectativas de aprendizagem, o que as crianças aprenderão em cada ano, em cada matéria. A ideia é que a sociedade saiba o que cada aluno tem de aprender a cada ano”, ressaltou o educador.
“Os professores têm de dominar o conteúdo e garantir que nenhuma criança fique para traz. Isso tem de ser uma obsessão da região e do Brasil. Não podemos mais empurrar a defasagem de aprendizagem ao longo do tempo”, frisou Stábile.

Sobre a cartilha idealizada em São Caetano, o dirigente do Cecape afirma que o documento deverá passar por revisão a cada dois anos. “É importante fazer a atualização para saber se determinado conteúdo ainda tem contexto, para saber se o que está sendo ensinado é pertinente naquele momento.”

Para aprimorar a discussão, currículos de outros países, como Finlândia e Grã-Bretanha. “A intenção não é copiar esses países. É preciso, antes de tudo, ver o que é pertinente para os estudantes brasileiros”, explica o especialista.

“A participação do Grande ABC é muito especial, pois é uma região importante do País, do ponto de vista econômico. E temos a condição de avançar mais. Se melhorarmos esses indicadores, a região também passará a ser destaque nacional na questão social”, avaliou Stábile, que também comentou sobre a crise entre servidores da Educação, o sindicato e a Prefeitura. No início do mês, parte dos educadores paralisou por um dia para reivindicar a incorporação do abono aos salários, entre outras melhorias para a categoria. “O governo está aberto a dialogar”, concluiu.

Intenção é formular melhor carreira pública do magistério

André Stábile, diretor do Cecape, afirmou que o plano de cargos e salários para os servidores do setor tem sido elaborado no intuito de formular a melhor carreira pública do magistério no País.

“Acho que é possível alcançar esse patamar. Estão sendo feitas projeções métricas e implementadas políticas públicas com muito pé no chão. Estamos, inclusive, projetando a arrecadação para os próximos dez anos, para que não haja intercorrência ou desequilíbrio nas contas públicas”, externou.

O projeto tem sido elaborado por uma empresa particular, contratada pelo Paço por meio de licitação. A intenção é de enviar a proposta para votação da Câmara ainda neste ano.