Política Titulo Renda
Oposição quer saber quem vai pagar advogado de Cleuza

Bancada pede IR de secretária de Educação, que contratou escritório que defendeu Dirceu

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/05/2014 | 07:28
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Denis Maciel/DGABC


A oposição ao prefeito Luiz Marinho (PT) na Câmara de São Bernardo pediu no Ministério Público extrato do IR (Imposto de Renda) declarado pela secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), para averiguar se a titular da Pasta tem rendimentos para arcar com custos da contratação do escritório Oliveira Lima, Hungria, Dall’Acqua e Furrier para defendê-la na ação penal em que é ré por suposta formação de quadrilha.

A empresa trabalhou para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) no processo do Mensalão e é um dos mais renomados escritórios de advocacia do País. Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“Queremos evitar a farra do boi. Será que, com o salário que tem, ela consegue pagar o que o escritório deste porte vai cobrar? Quem vai pagar essa conta?”, indagou Pery Cartola (Solidariedade), que acionou o MP para apurar a contratação da Oliveira Lima, Hungria, Dall’Acqua e Furrier.

Para Julinho Fuzari (PPS), a admissão de advogados que atuaram diretamente no processo do Mensalão mostra que o governo Marinho começa a se preocupar com a ação penal em que Cleuza e mais 19 pessoas são acusadas por suposta fraude e direcionamento em licitações para compra de mochilas e tênis à rede de ensino.

“Há pedido de prisão (recomendado pelo MP, mas ainda não acatado pela Justiça). Não é mais questão política como a administração tentou passar que era”, discorreu Julinho. “Será que a Cleuza ou o partido vai arcar com os custos?”

O salário de secretário em São Bernardo é de R$ 18.142,32 mensais. O escritório Oliveira Lima, Hungria, Dall’Acqua e Furrier, por exemplo, só atua em favor de Cleuza, a despeito de a Prefeitura de São Bernardo contar com corpo jurídico e de outros quatro servidores públicos serem réus na ação penal.

Braço-direito da petista na Pasta e apontado pelo Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como ponte entre empresários e administração para prática criminosa, Sérgio Moreira tem como advogado Luiz Fernando Pacheco, o mesmo que sustentou o ex-presidente do PT José Genoino no processo do Mensalão.

Nenhum petista quis comentar o assunto. O governo Marinho não tem se pronunciado sobre denúncias na Pasta de Educação.




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