Em apoio à instauração de outra CPI do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o candidato à Prefeitura pelo Psol, Marcelo Reina, cobrou responsabilidade dos vereadores na aplicação de sua principal função: fiscalizar o Executivo. O socialista compareceu à sessão da Câmara ontem e afirmou que a primeira CPI sobre o caso não teve o necessário aprofundamento da investigação. "Faltou o depoimento do prefeito (Aidan Ravin, PTB) e acareações, comum em depoimentos contraditórios."

Reina contestou a isonomia da apuração do episódio no campo legislativo, ainda sob averiguação da Polícia Civil. Segundo ele, a base governista deu proteção a Aidan e a oposição não esteve tão voraz. "Em vez da fiscalização, servem de secretários, substituindo, inclusive, o Executivo em cerimônias. Hoje, só vê interesses individuais e partidários."

O requerimento da nova CPI visa apurar denúncias de corrupção no pagamento a fornecedores, conforme acusação do então superintendente Ângelo Pavin. A proposta contou com adesão de nove parlamentares e 2.750 assinaturas em abaixo-assinado.

Por outro lado, mesmo com as adesões, o presidente da Câmara, José de Araújo (PMDB), não deu trâmite normal ao processo, encaminhando o requerimento para análise da Comissão de Justiça e Redação, composta por situacionistas. O peemedebista argumentou que a manobra se deu para que o grupo aprecie se o projeto possui o mesmo objeto de outro pedido de CPI, hoje na Justiça.

Em crítica à falta de independência do Legislativo, o socialista propõe com a reforma administrativa, se eleito, discussão semestral na Casa com os vereadores. "Precisa de autonomia. Tem palavra chamada governabilidade, que não tem de existir. Isso é banalização da corrupção."