Por manobra da base aliada ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), a bancada de oposição na Câmara não conseguiu emplacar o requerimento para convocar representantes da Capricórnio S/A, fornecedora de uniformes à rede municipal e que tem serviços questionados por pais de alunos do sistema educacional.

De autoria do vereador Julinho Fuzari (PPS), o pedido era para que proprietários da Capricórnio explicassem motivos de atrasos na distribuição de kits, entrega aleatória de uniformes e com numerações alteradas, além de cessão de peças com etiquetas indicando fabricação de 2010.

O primeiro obstáculo da bancada de oposição foi encontrado no departamento jurídico da Casa, que apontou vícios de iniciativa no documento redigido pelo popular-socialista. Julinho, então, coletou dez assinaturas para determinar que o setor alterasse pontos inconstitucionais e desse prosseguimento interno.

Com as modificações em mãos, o bloco oposicionista tentou forçar a votação do requerimento na sessão de ontem. Para isso, eram necessárias 15 adesões para que a solicitação ingressasse na pauta de votações em caráter de urgência.

Quando a Casa foi apreciar a solicitação de convocação de representantes da Capricórnio, a bancada do PT deixou o plenário, numa manobra permitida pelo regimento interno do Legislativo. Sem quórum, o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), ficou impedido de colocar o texto em votação.

“Engraçado ver essa movimentação do PT, que se diz partido democrático. Estamos pedindo que a empresa dê esclarecimentos sobre irregularidades na cidade e é dessa forma que agem”, reclamou o presidente do diretório do PPS em São Bernardo, Marcelo Lima.

Agora, a convocação de proprietários da fornecedora de uniformes escolares está em fila interminável de requerimentos pendentes. A oposição prometeu que, na próxima semana, tentará aprovação na Câmara para que o pedido seja analisado pelo plenário o mais rapidamente possível.