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Passageiros sofrem para utilizar táxi em Santo André

Cidade tem um veículo licenciado para cada 1.700 habitantes

Fábio Munhoz
Renato Gerbelli
15/05/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Paciência e sorte. Essas são as condições necessárias para conseguir embarcar em um táxi em Santo André. Além da demora para que se encontre um veículo, os poucos que aparecem já estão ocupados. A cidade conta com apenas 420 motoristas licenciados para prestar esse tipo de serviço – média de um carro para cada 1.700 habitantes.

A autônoma Isabel Nobre, 32 anos, que estava há 30 minutos esperando por um táxi no ponto, no início da noite de ontem, se queixou da situação. “Pode apostar que demora. E, se for para procurar um vazio rodando pelas ruas, é mais difícil ainda.”

Para a professora Gisele Madureira Bueno, 40, a única alternativa é ligar direto para o prestador de serviço. “Quando chamo um taxista para me buscar em casa, ele chega em dez ou 20 minutos. Mas se estiver chovendo é um horror. Eles vão embora para não ficarem parados no trânsito. Em fins de semana e feriados é a mesma coisa, muitas vezes ligamos no ponto e só chama.”

O jardineiro Antonio de Paula, 55, observa que o problema é ainda pior nos bairros mais distantes do Centro. “Moro perto da Rua Carijós, próximo à divisa com São Bernardo, e não vejo um táxi na rua”, afirmou.

O diretor da SATrans – autarquia que gerencia o transporte em Santo André –, Leandro Petrin, reconhece que há excesso de demanda e que o número de táxis oferecidos atualmente na cidade não é suficiente. Os 420 carros dispõem de 62 pontos. Desses, quatro são livres, ou seja, qualquer taxista pode utilizar, sem estar credenciado para aquele local específico. Outro problema é a falta de acessibilidade. O município não tem veículos para deficientes físicos.

“A cidade cresceu muito, a demanda por esse tipo de serviço aumentou. Portanto, é fundamental que sejam criadas mais vagas”, admite Petrin. O diretor da autarquia afirma que estão sendo feitos estudos para verificar quantos novos veículos precisam entrar em operação para que a população possa ser atendida de forma adequada. “Esperamos que comecem a circular ainda neste ano.” Também devem ser criados outros pontos. “Alguns locais tiveram aumento de demanda. Um novo shopping começou a funcionar. Precisa ter táxi ali”, acrescenta.

O ouvidor da Prefeitura de Santo André, José Luiz Ribas Júnior, afirma que são frequentes as reclamações registradas no órgão por falta de táxi. “Não tivemos condições de abrir processo administrativo, pois a criação dessas vagas é algo demorado. Esse procedimento poderia ser feito se a SATrans não tomasse as suas medidas emergenciais”, comenta. 




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