Aos 46 anos, a coronel Cláudia Rigon é a segunda mulher a assumir o comando efetivo da PM (Polícia Militar) no Grande ABC. Ela chegou ao cargo na terça-feira, ocupando o lugar do coronel Mauro Ricciarelli, que irá chefiar o comando do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo. Antes de Cláudia, a também coronel Marly Moreno ocupou o posto em 2009.

Diante do aumento nos índices de criminalidade nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, conforme estatísticas da SSP (Secretaria da Segurança Pública), Cláudia promete manter as ações que vinham dando certo na gestão de Mauro e, além disso, ampliar o combate ao crime nas áreas de divisa entre os municípios. “O Estado iniciou recentemente as ações do programa São Paulo contra o Crime, que prevê reuniões mensais para estabelecer metas para a corporação. Uma delas são as operações de batalhões em divisas, com o objetivo de integrar as forças de diferentes cidades para combater a criminalidade, que tem a migração como característica.”

Na região, as operações serão realizadas nas divisas com a Capital, Mogi das Cruzes e Cubatão, entre outros municípios limítrofes.

No caso específico dos homicídios, que registraram alta de 2,7% no trimestre (de 74 para 76 vítimas), a coronel destaca que iniciativas como a apreensão de armas de fogo podem ajudar a coibir o crime. “Somente no ano passado apreendemos 536 armas de fogo no Grande ABC. Mesmo assim, o homicídio é de difícil prevenção, pois muitos acontecem dentro de casa.”

INTEGRAÇÃO

A região conta com efetivo de 3.600 policiais militares, que chega a cerca de 5.000 ao incluir bombeiros e integrantes das policias Ambiental e Rodoviária. O número é considerado suficiente pela coronel. “O que fazemos é investir em inteligência. Também contamos com a população, que deve denunciar os crimes a fim de que possamos fazer o planejamento.”

Cláudia vê com bons olhos iniciativas como a Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho) e a Atividade Delegada, que oficializam o ‘bico’ do policial militar. “Agora há mais segurança para a população, com mais policiais na rua, e também para o policial, que trabalha fardado e pode contar com reforço caso necessite.”

Na região, a Dejem é realidade em Diadema, São Caetano e parte de São Bernardo. Já São Caetano aguarda aval da SSP para oficializar o convênio que permite a Atividade Delegada no município.

Cláudia acredita que o fato de ser mulher não traz grandes mudanças no modo de comandar. “Claro que estar em ambiente predominantemente masculino é um desafio, mas acredito na união para garantir a segurança da população.”