Política Titulo Gestão Marinho
TCE condena licitação e contrato da gestão Marinho

Corte encontra itens de restrição de competitividade em certame para construção de unidades habitacionais no Jardim Silvina, em S.Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/04/2014 | 07:05
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Nario Barbosa/DGABC


O TCE (Tribunal de Contas do Estado) considerou irregulares licitação e contrato firmados pelo governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para construção de unidades habitacionais no Jardim Silvina. A obra, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, consumiu R$ 31,7 milhões.

A Corte acolheu representação da Construtora Celi Ltda, que apontou itens restritivos no edital, o que poderia indicar direcionamento do certame. O colegiado aceitou recomendação do conselheiro Sidney Beraldo e aplicou multa de R$ 6.042 à secretária de Habitação, Tássia Regino.

Dentre os artigos condenados pelo conselheiro estava a adoção de exigentes comprovantes de capacidade técnica antes mesmo da apresentação das propostas financeiras pelo empreendimento. Um dos documentos solicitados previamente era a garantia de que a empresa possuía experiência em demolição de unidades habitacionais e em remoção de famílias de áreas irregularmente ocupada.

Para Beraldo, esse item se configurava na “principal irregularidade a contaminar o processo de seleção da melhor proposta”. Durante apuração, a Secretaria-Diretoria Geral do TCE questionou também o fato de 50 empresas terem retirado o edital, apenas oito apresentarem proposta e somente três serem aprovadas para fase final.

“(Houve) Significativa redução do número de interessadas, bem como o fato de que todas as inabilitações decorreram do não atendimento às parcelas de maior relevância (comprovação de demolição de unidades habitacionais)”, argumentou o TCE. “É imprescindível que os itens eleitos não sejam por demais específicos ou desçam a minúcias capazes de comprometer a competitividade do certame.”

Tássia tem 30 dias para pagar a multa. Por nota, a administração Marinho informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre o relatório do TCE. “Assim, as razões que fundamentaram a decisão ainda não são conhecidas por esta municipalidade, o que somente ocorrerá com a publicação pelo TCE do acórdão do julgamento e do voto do conselheiro relator.”

REINCIDENTE

A obra, que tem R$ 16,3 milhões oriundos do PAC, é conduzida pela Construtora Cronacon, a mesma empreiteira responsável pela polêmica intervenção do prédio do Legislativo de São Bernardo.

Idealizado pelo ex-presidente Hiroyuki Minami (PSDB), o projeto estava inicialmente orçado em R$ 28,4 milhões, mas consumiu R$ 34,1 milhões da Câmara. A construção do prédio é alvo de investigação do Ministério Público.




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