Política Titulo Santo André
Para evitar conflito, Grana não interfere no Legislativo

Prefeito de Sto.André diz que deixará com os vereadores a articulação para a presidência da Casa

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
02/04/2014 | 07:18
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Denis Maciel/DGABC


O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirma que não vai colocar o dedo na eleição para a presidência do Legislativo, no fim do ano. “Quando o Executivo interfere muito na Câmara, ao invés de trazer traquilidade, gera animosidade entre os poderes”, analisa o petista.

Atualmente, o mesmo grupo que colocou Donizeti Pereira (PV) no comando da Casa, para mandato do biênio 2013-2014, já se articula para eleger um outro integrante do bloco para 2015-2016.

O assunto é tratado com precaução e discrição pelo antigo G-12 – uma dúzia de vereadores eleitos por chapas adversárias do PT no pleito de 2012. Publicamente, ninguém fala sobre o assunto. Estão à espera do momento certo para colocar as cartas na mesa. “Vai ter surpresa por aí. Se não conseguirmos emplacar outra vez um presidente nosso, a administração vai ter muito trabalho. Mas dificilmente isso não vai acontecer. Temos tudo para vencer de novo”, disse um deles, sem dar detalhes da estratégia que será adotada, evitando também apontar possíveis nomes que podem fazer parte da nova versão do G-12.

Esse grupo chegou a se dissolver, com alguns parlamentares cooptados pela base governista. Mas seus integrantes têm trabalhado para se reunir novamente e fazer frente ao candidato que certamente o governo Grana vai apresentar para a eleição interna, apesar de o prefeito reiterar que não estará diretamente envolvido na disputa.

“Eu não vou, em hipótese alguma, interferir. Vamos respeitar os vereadores. Eles mesmos vão ter de ser articular para estabelecer o que é melhor para o Legislativo”, discorreu o chefe do Executivo.

Indagado se incomodaria ter por mais dois anos um parlamentar que não seja governista de carteirinha à frente da Câmara, o petista fez discurso republicano e evitou atrito com adversários e potenciais aliados. “Até hoje eu não tive problema. O atual presidente foi eleito por uma articulação de oposição ao governo, mas não há qualquer objeção. Inclusive, aprovamos todos os nossos projetos em 2013. Foram 70 propostas.”

Grana ainda frisou que os vereadores não têm sido empecilho para o desenvolvimento do governo, dos projetos do Paço e, consequentemente, do município. “Só vou interferir quando tiver reflexos negativos à cidade. Mas não estou vendo dessa maneira e não tenho a mínima disposição para isso.”

Porém, ao responder se a relação entre o Executivo e Legislativo, que em sua avaliação é boa, poderia melhorar com alguém de seu grupo no comando da Casa, o prefeito salientou: “Claro que pode melhorar. Mas existe respeito a um processo interno.”
 




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