Política Titulo Mauá
Diniz descarta cortes na Sama

Com complacência de ex-funcionários, prefeiturável de Mauá pelo PR critica Edimar

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/08/2012 | 07:46
Compartilhar notícia


O candidato a prefeito de Mauá Diniz Lopes (PR) foi sabatinado ontem por 15 funcionários concursados da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), autarquia que comandou até abril, quando teve de deixar a superintendência para disputar a eleição. Os servidores respiraram aliviados com a promessa de que, caso seja eleito, o republicano não devolverá os serviços de água e esgoto ao Estado e manterá os empregos. Complacente, o grupo evitou temas espinhosos ao ex-chefe, como contratos suspeitos e o rompimento de adutora que deixou parte da cidade sem água por 11 dias em fevereiro.

"Estamos satisfeitos como funcionários e somos gratos pela reforma administrativa", disse o presidente da comissão, Francimar Luciano da Silva. A peça, articulada por Diniz, foi aprovada pela Câmara em abril.

O tema central do debate foi a declaração do candidato Edimar da Reciclagem (PSDB). Em junho, o tucano revelou ao Diário proposta para extinguir a Sama. Na terça-feira, em encontro com os servidores, afirmou, porém, que a ideia se trata apenas de repassar a gerência da autarquia ao Estado, como forma de abater dívida cobrada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

A Sama paga pelo metro cúbico de água valor menor do que o cobrado pela autarquia estadual. O débito está na Justiça e os funcionários temem intervenção do Estado caso o impasse não seja solucionado.

"Se fosse pensar em extinguir como esse candidato (Edimar) falou... ele não conhece. Quis criar um fato para aparecer na imprensa. Foi infeliz", criticou Diniz. Ambos estiveram juntos na eleição de 2008 pelo PSDB. Diniz terminou a corrida para prefeito em terceiro lugar, com 22% dos votos, enquanto que Edimar foi eleito vereador. "A Sama tem ISO 9001", lembrou, sobre o certificado de qualidade conferido pelo BVQI (Bureau Veritas Quality International).

O republicano evitou traçar prognósticos sobre o que faria em caso de movimento do Palácio dos Bandeirantes pela intervenção. "Hoje não existe esta possibilidade, e acho que não vai acontecer. Mas o que deixava a Sabesp mais furiosa era passar um ano sem receber R$ 1, como no governo do Leonel (Damo, ex-prefeito)".

 

ROENDO OSSO

Na sabatina, Diniz Lopes também prometeu rever o contrato da Prefeitura com a Foz do Brasil, empresa terceirizada que em 2003 absorveu ações da Sama, como a coleta de esgoto e a centralização do sistema comercial relativo aos serviços de abastecimento de água e esgoto. O segundo incluiu leitura e emissão simultânea das tarifas, faturamento, cobrança, arrecadação, atendimento ao público, substituição de hidrômetros e trocas de cavaletes. A concessão é de 30 anos.

"A Foz ficou só com o filé, com toda a parte rentável, enquanto que a Sama rói o osso", comparou o candidato. "A Sama compra a água, coloca no reservatório e distribui. Quando o morador liga a torneira, a tarifa vai metade para a Sama, metade para a Foz. Precisamos ganhar a Prefeitura para resolver isso."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;