Política Titulo Ex-superintendente
Depois de chefiar a Sama,
Bodinho se torna camelô

Ex-superintendente comandou a autarquia de
Mauá por 11 meses e teve uma gestão polêmica

Gustavo Pinchiaro
10/03/2014 | 07:10
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Arquivo/DGABC


Para grande parte dos trabalhadores, chegar ao posto mais alto de uma empresa é sinônimo de reconhecimento, estabilidade financeira e benefícios que podem garantir tranquilidade para toda vida. A fórmula, no entanto, não trouxe esse resultado para Vladimilson Garcia, o Bodinho. Ainda como diretor de Manutenção e abastecimento da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), ele ganhou rápida promoção para superintendência da autarquia em março de 2010, teve administração conturbada, que durou até outubro do mesmo ano, e hoje ganha a vida como camelô, vendendo sapatilhas de couro em feiras livres da Capital, no Interior e em cidades de Minas Gerais.

“Não tenho mais nenhum cargo no governo, não presto serviço, não tenho nenhum tipo de relação comercial com a Prefeitura de Mauá. Sou camelô, viajo vendendo sapatilhas. Vou à Belo Horizonte (MG) e trabalho na feira da madrugada do Braz (bairro da Capital famosos pelo comércio de produtos têxtil)”, relatou o ex-superintendente da Sama.

O destino controverso de Bondinho muito se deve ao desempenho apresentado frente a autarquia. Braço direito da gestão de Diniz Lopes (PR) no comando da Sama na última gestão de Oswaldo Dias (PT) na Prefeitura (2009-2012), a oportunidade de ocupar o cargo mais alto surgiu com a licença do republicano para disputar sem sucesso vaga de deputado estadual.

Bodinho firmou contratos com a empresa Comercial Nova Rochamar para manutenção predial, com fornecimento de pintor, pedreiro, ajudantes gerais e recepcionistas no valor de R$ 143,5 mil e para abastecimento de concreto usinado por R$ 7.800. O orçamento da autarquia para 2010 foi de R$ 71,1 milhões.

No primeiro caso houve dispensa de licitação e a companhia apresentou documentos falsos para se credenciar. O contrato está sendo julgado separado das contas da autarquia pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que em avaliações prévias considera o trâmite irregular.

O segundo acordo foi firmado de forma suspeita com série de erros grotescos e indícios de falsificação. O dono da empreiteira, José Vieira da Rocha, também chegou a acusar Bodinho de ter utilizado o concreto para reforma de sua residência localizada na Vila Assis, em Mauá. Por conta da denúncia, a Câmara quase instaurou uma CPI do Concreto para investigação.

Diante do caminho inesperado, Bodinho mantém relacionamento político na cidade e disse que a parceria com Diniz terminou. “Não tenho nenhum ressentimento sobre o Diniz. Foi bem enquanto durou, mas hoje acabou. Estou saindo do PR e vou me filiar ao PSB. Vou apoiar a pré-candidatura do vereador (Osvanir Carlos Stela, o) Ivan (PSB) para deputado estadual. E se o (prefeito) Donisete Braga (PT) precisar do meu apoio, eu estou à disposição”,finalizou o camelô.




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