Política Titulo Empresa Logos
Donos da Logos não aparecem à CPI da Craisa

Empresa foi contratada pelo governo Aidan para festa junina; convênio foi apontado irregular pelo TCE

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/03/2014 | 06:29
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Proprietários da empresa Logos do Brasil, Jeferson Barbosa Borges e Rita de Cássia Borges não compareceram ontem à oitiva para prestar esclarecimentos à CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), instaurada na Câmara para apurar irregularidades na autarquia.

Por correspondência, a dupla justificou compromissos profissionais inadiáveis em outras cidades. O contrato firmado em 2012 para realização da festa junina na Craisa, pela gestão Aidan Ravin (PSB) com a empresa, está sob suspeição.

Na carta, os empresários solicitaram adiamento da oitiva para nova data, depois do dia 17. Os donos da Logos alegaram que o período de Carnaval é “semana crucial”, tendo em vista as diversas festividades que contam com montagem de estruturas para eventos – a empresa é especializada na prestação de serviços de instalação de shows.

Apesar do pedido requerido, os vereadores remarcaram a agenda para dia 14. O presidente da CPI, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), frisou que caso haja reincidência do caso fará a terceira convocação por intermédio da polícia.

A empresa, de Santos, recebeu R$ 1,585 milhão pelo contrato. À época, os sites oficiais dos artistas musicais anunciavam a realização dos shows dias antes da data designada para abertura dos envelopes com proposta das concorrentes, o que sinaliza suposto direcionamento. Antes deste montante, a Logos faturou R$ 2,743 milhões da administração, no total, por serviços realizados desde 2009.

O pregão de 2011 teve a participação de três empresas. As duas derrotadas não contestaram o resultado. Uma das concorrentes, a Proex, segunda colocada, curiosamente, fez um ‘autoimpedimento’ um dia antes do certame (mudou radicalmente seu objeto, o que a obstruía de participar da licitação).

O departamento técnico do TCE (Tribunal de Contas do Estado) analisou que “não foram poucas as falhas constatadas” no certame, considerando irregular o convênio.

IMBRÓGLIO JUDICIAL
Jeferson já teve problemas com o poder público. Antes da Logos, ele era dono da Ferradura Eventos e Transportes, que chegou a ser condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo refere-se à parceria, em 2009, com a prefeitura de Olímpia, por suposta prática de superfaturamento, fraude na licitação e terceirização de serviços. Por conta de problemas judiciais, a Logos, bem como a Ferradura, apresenta seus bens indisponíveis.
 




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