Política Titulo São Bernardo
Travada, CPI dos
Uniformes agita sessão

Oposição não consegue adesões, mas o pedido
de apuração foi pauta na Câmara de São Bernardo

Rogério Santos
do Diário do Grande ABC
27/02/2014 | 07:04
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Montagem/DGABC


 A tentativa da oposição de emplacar a CPI dos Uniformes agitou a sessão de ontem na Câmara de São Bernardo. Apesar de nenhum parlamentar ter complementado as sete assinaturas já garantidas para instaurar a apuração – são necessárias dez –, o tema deu a tônica dos trabalhos.

Único vereador da oposição que ainda não assinou o pedido da apuração de irregulares na compra de kits escolares pela Prefeitura, o vereador Hiroyuki Minami (PSDB) continuou sem aderir.

O tucano declarou que sugeriu ao vereador Julinho Fuzari (PPS) alterações no pedido de averiguação, para deixá-lo mais específico.

Realizada reservadamente, a conversa entre os dois foi tensa, com princípio de bate-boca. Mais um indício de que a atuação conjunta entre os oposicionistas no Legislativo fica no discurso.

Mas foi na tribuna da Câmara que a discussão sobre a CPI dos Uniformes ganhou corpo. Logo no início da sessão, Pery Cartola (Solidariedade) comparou o chefe do Executivo, Luiz Marinho (PT), ao personagem infantil Pinóquio, cujo nariz cresce toda vez que ele mente.

“Não tenho mais visto o prefeito (esteve em Brasília ontem), acho que é porque o nariz dele está crescendo. Ele fez promessas tão grandes e não cumpre. Enquanto isso, as crianças continuam sem uniforme”, disparou.

Líder do governo, José Ferreira (PT) rebateu de imediato o oposicionista, voltando a mencionar que toda a ação prevista na CPI está em curso no Ministério Público. Documentos apreendidos pela promotoria, que apontam conluio entre empresas para fraudar licitação, têm sido publicados pelo Diário desde domingo.

Enquanto o petista explanava, Osvaldo Camargo (PPS) foi até a mesa da presidência da Casa esbravejar no microfone para que Zé Ferreira parasse de falar.

Nenhum outro governista usou a palavra para contestar as críticas da oposição.

Julinho Fuzari continuou falando sobre a CPI e relatou a reunião com os promotores Lafaiete Ramos Pires e Mylene Comploier na terça-feira, responsáveis pela investigação de conluio entre companhias, fraude em licitação, formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato. Segundo a promotoria, pelo menos R$ 3 milhões foram desviados na compra de tênis distribuídos aos alunos da rede municipal entre 2010 e 2012.

“Não há dúvida de que se trata de uma quadrilha atuando em São Bernardo. Temos de continuar apurando o caso”, disse o popular-socialista. Ele distribuiu aos outros 27 parlamentares cópia do relatório do MP sobre o caso.

 

APOIO GOVERNISTA

O inciso 10, do artigo 146, do regimento interno da Câmara, para “tratar de assunto urgente e de interesse público, desde que aprovado pelo plenário, sem debates”, foi utilizado por Julinho Fuzari no início da sessão. A solicitação do oposicionista foi avalizada por 16 parlamentares, incluindo nove da base governista que não são do PT. Apenas Gilberto França deu voto contrário. Reginaldo Burguês (DEM) e José Alves da Silva, o Índio (PR), não estavam no plenário no momento da votação.




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