O clima tenso deve predominar durante a sessão de hoje na Câmara de São Caetano. Os trabalhos serão marcados pelo retorno do vereador Eder Xavier (PCdoB), que pediu exoneração da Pasta de Esportes na quinta-feira, após crise com atletas. O comunista havia dito que iria propor CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades nos repasses da Prefeitura para os clubes, que efetuam os pagamentos dos esportistas.

Ao Diário, ontem, o vereador afirmou que mudou de ideia em relação ao pedido. “Tenho olhar jurídico sobre a situação e quero levar os documentos que recolhi aos vereadores. Eles vão analisar e me dizer o que acham. Para mim, é ilegal, desonesto. Verdadeira farra com dinheiro público”, disse.

Eder reiterou que recolheu mais de 8.000 folhas e diversos pen-drives com processos administrativos realizados na Secretaria de Esporte. Ele assumiu o setor em novembro.
O parlamentar explicou que retrocedeu da ideia da CPI porque seria a terceira tentativa desde o ano passado – ele já tentou emplacar a comissão da dívida e da mobilidade. “Vou tentar outro caminho agora. Só estou pedindo a oportunidade de mostrar os documentos e pedir que eles se manifestem. Não estou falando de CPI mais”, ressaltou.

O compromisso de não pedir uma comissão de inquérito foi assumido por ele com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB). Os dois se reuniram no Palácio da Cerâmica, junto com outros vereadores. Um novo encontro está marcado para hoje, com objetivo de destensionar a relação entre Eder e os colegas.

O clima entre o comunista e os outros parlamentares piorou na semana passada. Os vereadores não pouparam críticas ao então secretário durante a última sessão, quando pais de atletas lotaram o plenário cobrando o pagamento dos salários de professores e técnicos – o benefício estava bloqueado há quatro meses. “Se eles quiserem continuar me agredindo, eu vou apresentar os documentos que recolhi. Meu foco será esse material. Espero duas sessões para eles analisarem”, respondeu Eder.

RUSGA INTERNA
O racha entre os vereadores e o presidente da Casa, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), deve ser outro caso que contribuirá para o clima nada amistoso na sessão de hoje. A exemplo do que ocorreu na semana passada, grupo de parlamentares estuda deixar o plenário para impedir a votação do projeto de lei proposto pela mesa diretora. O texto prevê criação de três cargos para a taquigrafia. O problema foi ocasionado porque o socialista não tem explicado as licitações polêmicas feita pela Câmara.