Política Titulo Imbróglio
Depoente nega propina para boxes da Craisa

Em oitiva da CPI, Júlio César Pereira diz que pagou R$ 4.000 por mês pelo espaço, sem licitação para uso

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/02/2014 | 07:45
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Em depoimento ontem à CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o vice-presidente da Aeceasa (Central de Abastecimento do Grande ABC), Júlio César Pereira, negou o pagamento de propina para ocupar seis boxes da autarquia, concedidos a ele sem licitação no fim de 2012, término do governo Aidan Ravin (PSB). “Não tenho conhecimento disso, nunca procurei saber, nunca me ofereceram e se me pedem não dou porque não é o sistema que trabalho. A minha empresa é lícita.”

Pereira possui quatro empresas que atuam no ramo de comércio atacadista de produtos alimentícios. Uma delas tinha permissão desde 2006. As demais foram beneficiadas por acordo, que previa o pagamento de R$ 4.000 pelo TPRU (Termo de Permissão Remunerada de Uso) de cada unidade, em período de cinco anos. O favorecido pelo negócio rechaçou relação política na assinatura. “Tenho pouco diálogo. Sou empresário, não político.” O termo foi estabelecido, surpreendente, com celeridade. Foi pedido no dia 23 de novembro e concedido cinco dias depois.

Logo que a administração Carlos Grana (PT) ingressou no Paço andreense e Hélio Tomaz Rocha assumiu a Craisa, a direção retomou os boxes apropriados por Pereira, justificando que os TPRUs em questão foram estabelecidos de forma irregular com a gestão anterior, no apagar das luzes do governo Aidan, segundo o parecer da Justiça, com completa inobservância das regras jurídicas aplicáveis ao caso. O empresário entrou com recurso para reaver o direitos dos espaços, mas a liminar foi indeferida e no seu mérito, posteriormente, revogado o pedido.

Após alguns meses, a autarquia abriu processo de licitação para a liberação remunerada de uso de 57 boxes. Nesse ínterim, houve protestos contra o edital e paralisação dos permissionários. A autarquia fez revisão dos termos. Pereira entrou no certame e conseguiu a concessão de um dos espaços. São dez anos, prorrogáveis pelo mesmo período. Atualmente, acabou o problema com a superintendência. “A relação está ótima agora”, declarou. Foi a terceira oitiva após a retomada dos trabalhos que visa apurar irregularidades na Craisa.

SEQUÊNCIA
Levantamento da CPI coloca em suspeição o contrato da Prefeitura firmado em 2012 com a empresa Logos do Brasil Ltda. O Paço fechou termo de convênio para que a instituição promovesse a festa junina daquele ano na autarquia. A denúncia é de que a Logos seja comandada por “laranjas”.
 




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