Os 280 profissionais que trabalham na unidade de negócios da Marfrig em Santo André estão em greve a partir de segunda-feira. A decisão foi tomada ontem, após reunião com o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de São Paulo e Região, que se demonstra indignado com o fato de a fabricante de embutidos bovino, suíno e avícola ainda não ter dado resposta a respeito das reivindicações entregues no início da semana.

Os funcionários exigem, por meio da entidade, transporte permanente até Itupeva, no interior de São Paulo, para onde a empresa vai se mudar até o fim de março, moradia por conta da companhia para quem for trabalhar na nova unidade e PDV (Plano de Demissão Voluntária) àqueles que decidirem ficar por aqui.

De acordo com denúncia feita por trabalhadores ao Diário, a fabricante declarou que iria fornecer transporte temporário até a nova sede de negócios – distante 97 quilômetros de Santo André –, e que os empregados que não pudessem ir teriam de pedir demissão.

“Será muito desgastante para os funcionários que optarem por continuar na empresa. Eles terão de sair de Santo André às 5h para chegar em Itupeva às 8h. A Marfrig teria que oferecer incentivo maior para valer a pena”, disse o diretor do sindicato, José Ferreira.

Além dos motivos listados, os trabalhadores vão aderir à greve “pelas negociações infrutíferas, que demonstram o descaso da empresa pelo funcionário”, afirmou Ferreira. “A forma como avisaram os empregados, que terão de pedir demissão se não quiserem ir para Itupeva, é assédio moral.”

Procurada, a Marfrig informou que não vai se pronunciar pelo fato de estar em negociação com os trabalhadores.