Política Titulo CPI dos uniformes
Unidade da oposição fica só no discurso

Um dia após reunião, bancada bate cabeça e deixa escapar chance de mostrar força no Legislativo

Rogério Santos
do Diário do Grande ABC
20/02/2014 | 07:55
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 A atitude de alguns vereadores da oposição na Câmara de São Bernardo durante a sessão de ontem foi bem diferente do discurso de unidade alardeado pelo bloco no dia anterior. Pela quarta vez, Hiroyuki Minami (PSDB) não assinou a CPI dos Uniformes. Além disso, a postura de Estevão Camolesi (PPS), que se ausentou do plenário, evitou o empate na votação do veto do prefeito Luiz Marinho (PT) ao projeto de Rafael Demarchi (PSD). A proposta dispunha sobre a instalação de caixas eletrônicos acessíveis para cadeirantes.

Os dois oposicionistas não participaram da reunião realizada pela bancada na terça-feira na tentativa de manter uma linha única de atuação na Casa. A justificativa de Minami para não aderir ao pedido de investigação, avalizado pelos demais opositores, foi o mesmo da semana passada. “Estou analisando. Como o caso está sendo investigado (pelo Ministério Público) prefiro aguardar um pouco mais”, alegou o tucano.

Para instaurar a CPI, são necessárias dez rubricas. As sete assinaturas de parlamentares contrários à gestão Marinho que aderiram ao documento não foram suficientes. Desta vez, o objetivo é averiguar o envolvimento de funcionários públicos da Prefeitura no esquema que desviou R$ 3 milhões na compra de kits escolares, conforme concluiu o Ministério Público.

Durante a votação do veto do Executivo à propositura de Rafael Demarchi, Camolesi manteve hábito que cultiva nas sessões: abandonar o plenário sob a a justificativa de atender munícipes em seu gabinete.

Se tivesse participado da votação e seguisse a linha de seus aliados, o popular-socialista teria igualado o placar, que terminou em 11 a dez e obrigaria o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), a decidir o resultado da votação.

De volta ao plenário, Camolesi reclamou da morosidade da Câmara para justificar a ausência na votação. “Passamos muito tempo sem ter o que fazer. Se é para ficar sentado, lendo jornal ou batendo papo, prefiro atender a população”, disse.

O placar apertado foi resultado de manifestação do agora G-11 – grupo de vereadores governistas –, que novamente tenta se impor no Legislativo. Os integrantes do bloco decidiram ir contra o veto ou se absterem.

A articulação do grupo poderia ter barrado o desejo de Marinho, pois Fábio Landi (PSD) – que deixou o bloco – avalizou a derrubada da proposta do correligionário. Antonio Cabrera (PSB) também não estava no plenário no momento da votação.

Após receber o terceiro veto de Marinho, Demarchi declarou que vai readequar a proposta e, posteriormente, reapresentá-la na Casa.

Os vereadores ainda mantiveram outro veto, desta vez, ao projeto de Luiz Francisco da Silva, o Luizinho (PT), para instalação de sanitários e bebedouros nas agências dos Correios no município.




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