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Sindicato negocia com GM nova linha para manter 3º turno

Preocupada com queda nas vendas do Cobalt e
da Montana, entidade quer ampliar produção em São Caetano

Pedro Souza
Soraia Abreu Pedrozo
18/02/2014 | 07:12
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André Henriques/DGABC


Preocupado com a queda nas vendas dos veículos Cobalt (de 10%) e Montana (de 24%), fabricados pela sede da General Motors, em São Caetano, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano negocia com a montadora nova linha para a unidade, a fim de preservar os cerca de 2.000 empregos do terceiro turno. Atualmente, trabalham diretamente na fábrica 11 mil funcionários.

O terceiro turno, que funciona da meia-noite às 6h, deixou de existir no início de 2009, quando eclodiu a crise econômica mundial. Com os incentivos do governo para a compra de carros zero-quilômetro, a partir do afrouxamento nas regras para a concessão de crédito e da desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) – que zerava o imposto para automóveis com motor 1.0 – o turno foi retomado em junho de 2011.

“Estamos conversando com a GM para verificar a possibilidade de trazer algum lançamento para São Caetano”, afirmou o presidente do sindicato Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. “No entanto, ainda não há nada previsto.”

Procurada, a GM disse que não comenta assuntos estratégicos e que, por ora, não há nenhuma novidade.

TENDÊNCIA

A reportagem do Diário apurou que a adequação da linha de montagem para produzir o Tracker, utilitário esportivo que atualmente é importando pela montadora do México, é uma tendência, já que sua base é bem próxima à de outros veículos da marca.

Levando em conta o fator novidade, já que entrou no mercado nacional em novembro, o Tracker tem sido muito bem aceito pelo consumidor brasileiro. Gerente de vendas de novos da concessionária Primarca de São Caetano, Marcos Capuano revelou que tem fila de espera de 90 dias para o carro, com 25 pessoas cadastradas. O gerente de vendas de novos da Vigorito de Santo André, Cristian Bittner, afirmou que os clientes compram o veículo mesmo sem ser da cor que escolheram inicialmente.

Já o gerente da Viamar do Morumbi, em São Paulo, Paulo Henrique Wodewotzky, pontuou que o modelo é bem-visto pelos clientes da Captiva, já que, além de se parecer com ele, custa cerca de R$ 30 mil a menos. Hoje, o Tracker custa em torno de R$ 70 mil.

De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em janeiro foram comercializadas 3.884 unidades do Cobalt e 2.801 da Montana. O Tracker, por outro lado, vendeu 2.372 deles, alta de 259% ante o mês anterior.

Em relação aos seus concorrentes diretos, o Tracker teve destaque por conquistar o terceiro lugar no ranking de utilitários esportivos mais vendidos em janeiro. O Ford EcoSport, líder, teve 5.284 unidades comercializadas, acréscimo de 3% frente ao último mês de 2013. O Renault Duster, segundo lugar, teve 4.633 modelos vendidos, queda mensal de 25%.

AVALIAÇÕES - Cidão ressaltou que o tempo de vida útil de um modelo é, geralmente, de cinco a seis anos, o que dificultaria trazer para o Brasil uma linha que já é fabricada no Exterior.

Diretor da ADK Consultoria Automotiva, Paulo Roberto Garbossa acrescentou que a montadora levará muitos aspectos em conta antes de adequar a linha de produção para fabricar o Tracker, entre eles o preço de venda com a fabricação local, a aceitação de mercado, a previsão de amortização do investimento, a competição com os concorrentes e a continuidade da demanda.
 




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